: Raridades & Idiossincrasias* versão 2.0 :
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RAFA @ 10:27 tic-tac-tic-tac

terça-feira, maio 18

Uma do Drummond, para marcar o momento metamorfósico. Dentro do casulo, slowly coming out...

Passou?
Minúsculas eternidades
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.

Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão- a tua mão, nossas mãos- rugosas,
têm o antigo calor de quando éramos vivos.
Éramos?

Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estamos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.

(CDA)

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Notícias em breve. Stay tuned on me, this blog is almost gone. "And if you're gone, stay gone, or you be gone".

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RAFA @ 21:58 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, fevereiro 23

Mais uma vez, eu me desculpando aqui, por não estar postando com a mesma freqüência que antes. Eu explico: é melhor não postar nada do que bad news, ou pior, ficar choramingando on-line, sem fazer nada para melhorar a situação. A gente cai, sacode a poeira, e levanta de novo.

Hoje, porém, eu acho que as coisas chegaram a um limite tal que me deu uma certa urgência de postar algo aqui... sei lá, repartir com vocês a péssima rotina que tenho levado. Já estou doente a quase dois meses, ainda não consegui reganhar uma grama dos oito quilos que perdi nas férias e, pra completar, farei um exame chatíssimo na sexta-feira: passar 24 horas com uma sonda no esôfago, só pra ver se tá tudo ok com ele.

Que mais? Hoje tive uma near death situation (se não foi, pelo menos foi the closest I've ever been): meu carro escorregou em velocidade na lama de uma estrada de terra em uma descida, e fui parar no meio do mato. Saí da pista, e vi tudo verde. Como eu saí do meio do mato eu não tenho idéia, só sei que hoje papai do céu vai ouvir uns agradecimentos...

To make matters worse, fui horrivelmente mal no último simulado do meu curso para o Rio Branco. Animação zero. Tá pouco? How about ter uma crise (serious, I suppose) de relacionamento em plena segunda de carnaval, no dia em que se faz 3 meses de namoro? Priceless, eu diria.

Mas sabe do que? Eu tenho amigos. Hoje fomos eu e Lelê no cine Dois Candangos ver "O Albergue Espanhol", brilhantemente recomendado pelo meu amigo Danny Spot. Aliás, o Spot até me disse: "cara, tenho tanta certeza que vc vai gostar, que devolvo o dinheiro do seu ingresso se eu estiver errado". Bem que eu podia dar uma de mané e falar pra ele que não gostei só pra levar o cash, mas não, tenho é que bater palmas. O melhor filme dos últimos tempos, correndo o risco de terem sido os melhores 3 reais já gastos em toda minha vida. Recomendo com muita força. Vou é ver com a minha mãe, só pra ela ter uma idéia de como foram meus dias de estudante em Londres, sem grana e morando com gente de tanto lugar diferente.

Muito obrigado aos meus amigos Spot, pela dica, e ao Lelê pela companhia. My life sucks a little less because of you.

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RAFA @ 19:45 tic-tac-tic-tac

quarta-feira, fevereiro 11

Muitas novidades. Entrei para um cursinho preparatório para o concurso do Instituto Rio Branco, e vou passar os próximos dois meses dedicado só a isso. O curso é bom, nada fantástico, mas me impressionou positivamente. Vou levar a preparação a sério, mesmo sabendo que, com esse novo sistema, o TPS (1a. fase) virou uma verdadeira loteria...

Anyways... fomos à fazenda da Talita esse último findi, eu, Mário, Dan-Dan, Pablo e mais um pessoal. Foi bem bacana, apesar de eu ter esquecido o remédio que estou tomando para o refluxo e ter ficado com o estômago embrulhado a maior parte do domingo. Deu pra descansar bem. Destaque para o meu irmão Arthur, que foi junto, e que deu um "show" à parte...

Hoje eu acordei com saudades da velha Londres... a manhã aqui em Brasília foi de garoa e céu cinza, e me fez lembrar que eu sonhei com isso. Quero levar minha mãe lá um dia, pra conhecer. Someday, who knows...

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Comprei o baixo! Simplesinho, mas dá pra tirar umas notas. Isso quando eu tiver tempo, porque fazer curso pro Rio Branco e ter namorada tem me ocupado o dia inteiro ultimamente. Nem venho mais ao computador como vinha antes! Acho que acostumei nas férias a não ter computador, por isso acho que estou tirando-o da rotina. Mas isso deve ser temporário, já já a mania volta...

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RAFA @ 06:28 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, janeiro 29

Não tenho estado nada disciplinado para blogar, eu sei. Mas simplesmente não tem dado vontade... sei lá, os últimos dez dias não foram lá muito interessantes. Voltei, mas muito pouca coisa mudou depois de um mês aqui no planalto. Quase nada, to be honest...

Ainda no dia do meu último post, à noite, tive uma crise de falta de ar séria... estava prestes a apagar a qualquer momento. Fui parar no hospital, e fiquei internado até a quinta-feira com uma suspeita de pneumonia. Agradabilíssimo, como vocês podem calcular...

Saí do hospital direto para o tiroteio, para resolver problemas, e até agora as coisas estão funcionando. A coisa do diploma na UnB parece estar caminhando, apesar da lentidão e da conhecida cortesia que os burocratas dispensam em seus atendimentos. Comprei um celular usado no Mercado Livre para substituir o finado siemens, um tijorola T192, não é o ideal mas era o que eu podia pagar depois das férias. Aliás, nunca estive tão sem grana...

Apesar de tudo, reservei uma graninha para comprar o baixo. Eu já tinha perdido as esperanças de encontrar o washburn que eu tinha visto em dezembro ainda à venda... e não é que o cara ainda não tinha vendido? Vou me encontrar com ele hoje para plugar o pequeno e ver se vale a pena. Se fechar no valor anterior, vai ser um bom negócio.

Queria ainda comprar uma bandeira da ONU pra pendurar aqui no quarto, junto com a auriverde. Mas o Tarrisse falou que uma média tá 40 dólares no giftshop do UNHQ lá em NY, too expensive... mesmo assim vou ver se dou um jeito. Aperta dali, folga de lá, e eu não perco a oportunidade.

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RAFA @ 06:40 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, janeiro 19

Estou em casa, depois de 48 horas de carro e cacetadas. Chegamos tarde ontem, por volta da meia-noite. Foi uma viagem interessante, mesmo não tendo sido nenhuma brastemp em termos de conforto... as viagens longas por terra têm algumas coisas muito especiais, o cheiro da estrada, a imprevisibilidade dos cenários...

A primeira perna da viagem foi para visitar meus tios Vavá e Midinha, em Gravatá, a uma hora de Recife. Taí uma noite interessante. Eles são meus tios mais velhos, têm idade suficiente para ser meus avós, e me deu gosto ver como eles estão envelhecendo bem. É impressionante notar como eles conseguem tirar felicidade das coisas mais simples, como dirigir um Uno Mille como se fosse uma Ferrari. Além disso, me impressionou também como essa minha tia é parecida com a minha avó Iracema, que perdi este ano. A mesma cara, a mesma atitude, os mesmos olhos...

O ponto alto da noite foi quando, após tomarmos um vinho com queijos, abrimos uma velha lata de biscoitos onde meu tio guarda fotografias e lembranças. A maioria delas eram das décadas de 50 e 60... muito massa.

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No sertão baiano descobrimos uma cidadezinha digna de uma cena de O Senhor dos Anéis: Jacobina se situa no contraforte norte da Chapada Diamantina, encravada em um vale entre os penhascos, no melhor estilo de Rivendell. Chegamos lá ontem ao entardecer, então imaginem a cena.

Dormimos perto de lá, em Morro do Chapéu. Na estrada, vimos uns sapos enormes... sério mesmo, pareciam uns cachorros!

Teve de tudo nessa viagem, Quase ficamos sem combustível perto da balsa em Barra, cruzamos o São Francisco 4 vezes, ouvimos no rádio a felicidade dos sertanejos depois de uma chuvinha, e ainda atropelamos uma coruja por acidente. Viajar de carro pode não ser lá o ideal, mas que rende uma porção de estória, isso rende.

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Muitas coisas a fazer. E não reclamem que eu não ligo pra ninguém, todos os números que eu tinha estavam no meu finado celular. Lascado e mal-pago!

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RAFA @ 04:41 tic-tac-tic-tac

sexta-feira, janeiro 16

Esse é meu último post daqui de Recife. Pego a estrada para Gravatá agora de noite, durmo na casa da minha tia, e tomamos o rumo de Brasília amanhã cedinho. Viemos em 3 dias, e voltaremos em 2, com menos carga e revezando mais o volante com meu pai.

O balanço dessas 3 semanas aqui na manguetown é bastante positivo. É claro que a tosse atrapalhou e muito os nossos planos de balada, mas nem por isso desanimamos. Fizemos programas culturais, passeamos de barco, pegamos uma praia, enfim, tudo o que poderia ser feito por aqui para nossa faixa de consumo. By the way, finalmente o Dr. Wilson conseguiu diagnosticar a causa de toda a tosse. Tenho um refluxo gastro-esofágico, que terei que tratar com mais cuidado quando chegar em casa.

A patroa fica mais uma semana por aqui. Os pais dela chegaram hoje de manhã, almoçaram com a gente no Parraxaxá e já se bandearam pra Porto de Galinhas. Juro que, se não tivesse tanta coisa pra resolver em casa, até peruava passar essa semaninha lá. Porto tá bombando mesmo! Mas... uma guerra está me esperando assim que eu botar os pés no Planalto Central. Não vai ser moleza.

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Teve balada ontem também. Fomos ao aniversário de 7 anos do Downtown Pub, minha balada favorita aqui em Recife. Foi uma noite realmente do caralho. Tenham muito medo dos detalhes sórdidos.

Outro ponto alto da viagem foi a ida à Galeria do Ricardo Brennand, com uma coleção de 15 obras de Frans Post, e uma coleção de armas brancas e armaduras medievais de fazer inveja aos melhores museus da Europa. Realmente imperdível. Não confundam com o ateliê de Francisco Brennand, primo do Ricardo, que é famoso mundialmente pelas esculturas com motivos, digamos assim, sensuais, com glandes e bundas para tudo quanto é lado.

O passeio de barco foi sem comentários. depois de ver os peixes no arrecife do pocinho, fomos para a Coroa do Avião, passamos pelo manguezal ao lado do Gavôa e navegamos pelo litoral norte de Pernambuco com um velho marujo, o Romildo. Um sujeito bastante interessante.

Bem pessoal, vou ficando por aqui. Se o plano der certo, estarei de volta à capital federal no domingo à noite. Da terra dos altos coqueiros e de verdes mares bravios, é só. Adeus férias!

Cheers!

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RAFA @ 10:59 tic-tac-tic-tac

sábado, janeiro 3

2004 será o meu ano. Isso está decidido. Sem planos, sem metas, sem absolutamente nada fixo. Cheguei à conclusão que felicidade não é necessariamente ligada à consecução de planos e metas.

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Recife está sendo simplesmente do caralho. Pra ficar perfeito falta muito pouco, coisas como comer jambo. Até os problemas estão sendo legais. O Arthur tá passando por uma fase meio trash, mas a gente dá jeito.

Hoje haverá o almoço das rodrigonas, antes da minha mãe voltar pra Brasília. Eu fico aqui até dia 16, se os perrengues da UnB deixarem. Para amanhã meus pais combinaram um almoço com os amigos de longa data: Geraldo & Zaina Pereira, mais Dr. Wilson e Dona Rosário. Com a partida da minha mãe e do meu irmão Felipe na terça, a população da casa vai declinar.

Já fiz muita coisa por aqui com a Talita. Fomos ao Recife Antigo, comemos no Laça-Burger, passeamos em Casa Forte, em Boa Viagem e no Alto da Sé em Olinda, vimos bugigangas na Casa da Cultura (uma antiga prisão, que transformaram em shopping de souvenires da terra) e dançamos maracatu no meio da rua no centro histórico de Olinda... enfim, um tour de barba, cabelo e bigode. Estar com o carro liberado é outra coisa...

Passamos o reveillon na praia, vendo os fogos de Piedade e de Boa Viagem, como meus tios e com minha prima Bila. Os planos de festa não deram muito certo, mas whatever, no outro dia já estava tudo bem, tanto que resolvemos tentar coisas novas. Férias como não tinha em muito tempo.

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Uma das coisas mais legais daqui é a comida. Frutos do mar fresquinhos, e frutas que só tem por aqui mesmo. Fora a água de coco, isotônico natural, que a gente tira do coqueiro da casa de praia. Comemos uma tapioca com queijo de coalho frito lá em Olinda que foi o seguinte... o camarão na beira da praia, a cioba frita no ponto, agulhinhas de entrada... cara, isso é que é vida.

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Ontem vimos o último filme da trilogia O Senhor dos Anéis. As quase 3 horas de duração o fazem bastante cansativo, mas mesmo assim gostei muito, principalmente das cenas de batalha. É claro que alguns efeitos não ficaram lá uma brastemp, e algumas cenas ficaram meio hollywoodianas demais, mas ainda sim acho que deu pra passar todo o espírito épico que a obra merece.

Transpor Tolkien para o cinema é missão quase impossível. Não conheço escritor tão detalhista em descrever os cenários e as cenas. Como qualquer moleque que gostava de AD&D e fantasia medieval, comecei a ler The Fellowship of the Ring aos doze e só acabei o Retorno do Rei aos 14, já com uma versão traduzida. Leitura difícil e truncada, principalmente porque eu gostava de fazer anotações. Enfim, acho que foi o meu primeiro "livrão".

Fã que sou, não pude deixar de notar a falta de algumas cenas no final, principalmente do Condado. Mas sendo Tolkien um cara nada cinematogáfico, a gente entende. Meu veredito é: para o escritor que é, podia ter sido pior e sim, o resultado foi massa, melhor do que a outra trilogia do zeitgeist de nosso tempo, Matrix.

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Outro dia estava pensando como seria minha casa de praia perfeita. Ela seria aqui mesmo em Pernambuco, próxima ao Recife, em um lugar de águas calmas e com uma elevação ao longo da costa, onde construiria a casa. Ela teria estátuas de leões à porta, como sinal dos Rodrigues, e teria azulejos por todas as partes, além de um torreão em cima para ventilar. Teria também uma marina para atracar os barcos, e... uma porrada de coisas que eu não lembro agora!

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Trilha sonora: Chico Science, Livros de Caetano Veloso, Operation Spirit do Live, Korn e Rage Against the Machine. Fora, é claro as milhares de porcarias e músicas brega que a Talita bota no rádio do carro.

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Mais notícias em breve. O tempo de internet aqui é contado, meus caros!

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RAFA @ 08:19 tic-tac-tic-tac

terça-feira, dezembro 30

Bueno pibes, aqui estou mais uma vez para não deixar nenhuma das minhas fãs sem notícias... mas não se animem muito, meninas, a patroa tá aqui em Recife e ela tem fama de braba (apesar de que fica bem mansinha quando eu chego perto do cangote...)

Os últimos dias têm sido legais, "a poca madre" como diria a Verõ, lá do México. Aliás, ela me escreveu, mas como estou correndo não vou responder agora (sorry Vero!). Não sei nem porque parei aqui no cybercafé para postar, estava indo jantar (com a patroa, é claro...) e decidi meio no susto, mas é a vida. Ela tá aqui do meu lado, supervisionando, just making sure I´m not posting anything really stupid or compromising...

Ontem fomos ao Recife Antigo, demos uma banda a pé por lá, depois fomos no Paço Alfândega, um shopping novo que abriu por lá. Sofisticado o bichinho, tem até boutique do Fause Haten! É, Recife está virando uma cidade realmente cosmopolita, apesar de ainda não muito limpa. Minhas grandes decepções por aqui têm sido por causa da sujeira de alguns lugares, principalmente lá no pontal de Maria Farinha, que tava imundo quando fui agora. Um absurdo.

Estou meio correndo e meio sem criatividade, mas não deixo sem novidades. A maior por aqui é um forró novo, a "melô da corrinha", basicamente um diálogo de um cara perguntando se bota ou não bota, e uma vozinha respondendo "Ai, eu tô com medo..."

Boa virada de ano pra vocês. Mais notícias em breve.

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RAFA @ 16:28 tic-tac-tic-tac

quarta-feira, dezembro 24

Pois é, muitos dias sem escrever nada aqui... mas não pensem vocês que estou largando essa cachaça que é escrever no blog. O problema é que agora estou em Recife, e não tenho internet. Ou melhor, tenho: a de acesso discado de um 486 com 16 de RAM, sendo 14 ocupados por vírus, caindo aos pedaços, à qual só posso usar em algumas noites durante a semana - e melhor não contar com isso. Ou seja, estou digitalmente ilhado. Antes disso, não conseguia postar pelas milhares de coisas a resolver antes de viajar. Obviamente, também tinha esquecido que ter namorada valem no mínimo 20 créditos...

Mas vamos lá. Antes de viajar fui ao dermatologista para um exame detalhado, e o diagnóstico do doutor high-tech foi bombástico: tenho hipersensibilidade à luz do sol. Segundo o Mr. Spock da dermatologia, eu não deveria nem sair de casa sem protetor 15 (no mínimo!), e a luz do sol é a principal causa de vários problemas endócrinos meus, dentre eles a acne. That meaning, se eu não tomar sol, não terei espinhas. If only it was that simple...

Mais tarde fui tomar um chopinho com a turma lá no Bar Brasil. Ainda bem que foi pouca gente pra assistir meus pais e suas eternas sessões de pagação de mico conjunta. Mesmo assim foi legal. O primeiro aniversário que passo em casa em 7 anos. Um after hours depois, e quedó todo perfecto...

E finalmente a estrada... saímos às 13 horas do dia 19, sob alguma tensão pré-viagem. Antes disso, consegui trocar o vale-CD que ganhei do Fábio por uma coletânea do R.E.M. muito boa, mas longe de ser completa (não tem nem Lotus nem It's the end of the world as we know it pra vcs terem uma idéia). Merecia um duplo. Anyways, o day one da road trip foi tranquilo, dormimos no batalhão já na Bahia, em Barreiras, sem surpresas.

O day two é que foi dose. Fomos informados que só tinha um buraco no trecho de Ibotirama até Seabra: o que começava na primeira e terminava na última. Pegamos então um desvio nada convencional: 160 km no meio do nada no sertão baiano até Barra, e aí uma travessia de balsa (ou seria uma tábua com motor?) até Xique-Xique, onde almoçamos. E não que descobrimos que essa cidade fica bem no polígono dos tornados? Um vento (quente, bem quente) virou todas as cadeiras do lugar onde estávamos comendo, e só não nos levou junto por milagre. Com a estrada um pouco melhor, levei a trupe de Irecê (onde a Igreja Universal está construindo sua capital, suponho) até Feira de Santana, nossa parada. Lá, descobrimos que o alojamento do quartel, que estava confirmado para nós, não estava disponível - coisa de infantaria. Depois de bater em uns 3 hoteizinhos sem vagas, fomos dormir em um que era tão tabajara que conseguia ser bem pior do que aquele que dormimos em Floripa no Conesul que a gente foi lá (alguém aí lembra do Astro-Rei?). A parada não foi nada cômica não. O quarto era tão ruim que teva a manha de me dar uma das piores noites de sono da minha vida.

O day three foi bem mais tranquilo. Caímos fora do hotel (se é que merece o título) as soon as we could, e pegamos a estrada. Almoçamos em Penedo, às margens do velho chico, em uma vista maravilhosa do rio, bem melhor do que as águas barrentas de Xique-Xique. Levei o trecho final, entre Maceió e Recife, pelo caminho mais longo mas mais bonito e menos esburacado: pelo litoral, beirando a praia. Deu até pra dar uma espiada em empreendimentos imobiliários no litoral sul do PE, e assim que cruzamos a fronteira cantar "nova roma de bravos guerreiros/ Pernambuco, imortal, imortal".

Desde então estou aqui, "jogado às traças, esquecido"... a tosse que eu estava em Brasília piorou pra caramba, e fiquei os últimos dias de molho em casa. Se eu já odeio ficar doente, vcs podem calcular o que é chegar em Recife e ficar preso em casa sem poder fazer nada. Dei uma saidinha até o shopping Tacaruna, nothing meaningful. Cheguei, mas ainda não CHEGUEI. Entendem?

E além da tosse, many family issues. O clã está passando por uma crise meio séria, gente doente, dis-que-me-disse, algumas informações desencontradas... mas acho que já melhora, a matriarca chegou ontem e já começou a botar ordem no quintal dos Rodrigões.

No mais, como não sei quando vai dar pra postar de novo, desejo a todos um ótimo fim-de-ano. Não tenho e-mail nem o telefone de mais ninguém, por isso nem esperem minhas ligações. Não é por mal, mas fiquei sem pai nem mãe depois que levaram meu celular. Mas se até a Gê me mandou e-mail de Paris, vcs bem que podiam me mandar um também pra contar como anda a vida, né?

See ya round!

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A patroa chega aqui dia 27. É, mal tem um mês, e a dita cuja já tá conhecendo até o povo de Recife. Até lá a gente tenta melhorar da tosse, e escuta Sunday Morning Call do Oasis pra lembrar daquele dia que a gente ficou zanzando de carro sem o menor rumo nem noção do que estaria por vir...

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RAFA @ 17:25 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, dezembro 18

Pessoal, as coisas têm estado tão movimentadas que não tenho tido tempo de postar nada aqui. Na verdade, continuo não tendo... tenho muita coisa para arrumar antes de pegar a estrada amanhã pra Recife. O que é pior, ontem roubaram meu celular lá no Conjunto Nacional, por isso que não tenho estado muito achável...

Vou tomar um chope no fim da tarde com a turma daqui de casa pra comemorar o dia. Quem quiser, dá uma ligada aqui em casa (ou manda um e-mail, vou passar o dia todo arrumando as coisas no meu quarto).

Cheers!

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RAFA @ 02:32 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, dezembro 15

Pois é galera, sumi da civilização. Sábado de manhã viajei para a fazenda da Talita lá em Planaltina, e só voltei ontem à noite. Sem televisão, sem computador, nada.

Antes disso, na sexta, fui na festa da empresa da família dela. É uma firma de táxi aéreo, e a festa foi no hangar, entre os aviões. Conheci o pessoal, joguei conversa fora... mas bom mesmo foi quando me chamaram pra conhecer as máquinas por dentro. Fiquei que nem criança, babando... todas aquelas bússolas e relógios no painel de controle me fascinaram. Um dia ainda tiro meu brevê de piloto.

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É difícil contar o número de pequenos prazeres lá da fazenda. Cheiro de capim, tomar leite de vaca tirado no dia, fazer fogueira e assar carne, comer danoninho e pão-de-batata de madrugada... mas bom mesmo foi tomar banho com a água ao natural - nem morna, nem fria - e olhar pro céu de noite e ver TODAS as estrelas.

Aliás, melhor mesmo foi a companhia. Mas isso é outra estória...

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De sexta pra cá foram muitas as experiências novas. Dá pra assustar como a nossa vida é construída sobre fundações tào frágeis. Mas viver é uma grande doença terminal: sabemos exatamente qual vai ser o final, só não sabemos bem como.

Viver é correr riscos. Atravessar a rua é correr riscos. Temos que lidar com eles de maneira responsável, mas nunca se negando a corrê-los. Acho que foi a lição que aprendi nos últimos dias.

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RAFA @ 09:25 tic-tac-tic-tac

sexta-feira, dezembro 12

O dia de ontem vai ficar marcado na minha memória. Pode parecer a maior viagem do mundo, mas ontem tive a sensação de estar nascendo de novo.

Ontem não consegui resolver quase nada da lista de coisas que eu tinha pra fazer. Mas, como havia combinado com a Marina, fui na FA tomar conta dos livros que o AMUN vai vender lá em SP. Fiquei lá com a Tá das 5 às 8, jogando conversa fora e tomando tereré. Às 8 tive que ir para a reunião do Grupo de Estudos de Segurança Internacional, e a Tá foi aprender a jogar xadrez no CA de História.

Haviam me dito que a palestra do GSI era com um especialista no conflito Peru-Equador, mas não me disseram quem seria. Pra minha surpresa, era o Cel. Orlando, lá do MD, um cara realmente muito bom. Ele foi adido no Peru justamente na época da assinatura do acordo de paz, que ele e o Embaixador Viegas ajudaram a redigir.

Foi uma das melhores palestras que já fui. Éramos só meia dúzia na sala, um clima de conversa, e o cara lá contando os causos de como tinha sido os meandros da assinatura do acordo, a negociação com os presidentes dos dois países, o vôo pra Quito pego às pressas, os causos engraçados, a correspondência diplomática entre o FHC e o Fujimori... muito massa mesmo.

Nisso, dava pra ouvir o barulho das pessoas chegando no andar de baixo. Era a turma esperando o ônibus pra ir pro MONU. Na hora me deu uma sensação estranha, um aperto... queria ir lá pra dar um oi pro pessoal. Na verdade acho que no fundo queria ir junto. Mas os causos que o Orlando estava contando não eram de simulação. Eram de verdade.

Quando a palestra acabou, desci pra ir embora. O ônibus já tinha saído, e não havia mais ninguém no prédio. Nesse momento foi que caiu a ficha do que tinha acabado de acontecer: o ônibus do MONU saiu, e eu não estava nele. É o primeiro modelo em 4 anos que não participo com a UnB. Mas, em vez do vazio, vi a porta que estava se abrindo pra mim. A simulação tinha acabado pra mim no momento em que a porta do ônibus fechou no estacionamento da FA. Agora, chegou a hora de fazer diplomacia de verdade, com gente de carne e osso.

Pode paracer frescura, mas a coisa de modelos foi muito marcante pra mim. Foi o que me trouxe para o curso de Relações Internacionais, e o que me manteve nele até o final. Aprendi muito mais estudando para as simulações e para escrever os guias do AMUN e SiNUS do que em todas as aulas que fui durante a graduação. O meu tempo no CSOI também foi uma baita escola, pessoal e academicamente: aprendi a real dimensão de palavras como caráter, honra, dignidade e profissionalismo. Foda é imaginar que tudo isso aconteceu por acidente, porque conheci o Leandro num treinamento para professor na Wizard, e porque a Fernanda desistiu de ir ao AMUN de 2000 e a delegação da Itália estava precisando de alguém pra completar o Legal Committee. Óbvio que só me chamaram porque eu fazia Direito...

My job is almost done. Tenho ainda que coordenar as atividades paralelas do AMUN 2004. Mas mesmo isso não vai ser simulação. Ontem, tive a sensação de estar quebrando a casca do ovo e vendo a luz pela primeira vez. Desde a primeira aula de IERI com o Kramer há quase quatro anos até agora muita coisa se passou, e sei que muito ainda está por vir. Mas posso dizer que o ciclo de formação universitária acabou pra mim numa noite de quinta-feira, com um prédio vazio depois do ônibus do MONU ter saído pra SP. I've found my way out of the wild wild wood, straight into the land of giants.

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Engraçada também foi a conversa que tive com o Felipe lá do GSI. Ele tambem foi delegado do AMUN 2000, no Conselho, e estávamos lembrando dos causos daquele modelo. O mais engraçado é que ele também gostava de caras que foram pra mim as maiores referências na graduação: o Jhoney, Renato e a Bárbara. Talvez eles nunca saibam - duvido que eles leiam isso aqui - mas eles de fato foram aqueles que mais me influenciaram nessa estrada de modelos. Devo quase tudo a eles. Estranho essa coisa de gerações, né?

Depois, fui no Marvin com a Tá. Um lugar perfeito pra acabar o dia, ainda mais quando se ouve uma cantora com a voz entre Billie Holiday e Janis Joplin...

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Aos que foram ao MONU, ótima sorte! Estejam comigo em espírito, e que vocês possam levar adiante a cultura de uma forma melhor do que a minha geração. Agora, nos resta fossilizar...

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RAFA @ 04:15 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, dezembro 11

Uma manhã de ótimas notícias! A Pretinha foi contratada lá no UNODC até abril, e o Pedro parece que vai dar uma esticada pra Taiwan. Tem o baixo também, que eu acho que vou comprar mesmo. Fico muito feliz com tudo isso. Cheers!

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Ontem foi um dia corrido. Passei a tarde nos corredores da burocracia da UnB, tentando descobrir porque não incluíram no meu histórico a minha aprovação no exame de espanhol. Sinceramente, os burocratas da UnB estão entre os piores do serviço público. Além de ineficientes, são mal-educados, gritam, se exaltam, não sabem ter uma conversa civilizada com absolutamente ninguém. E, além disso, o próprio esquema é mal-desenhado. A falha é na execução e também no planejamento.

Deve ser um banquete pra quem estuda as deficiências do serviço público. Tem 4 anos que estudo na UnB, e acho que tudo poderia ser bem diferente por lá se houvesse um pouquinho de vontade...

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Visitei a galera lá no MD, depois vi as coisas da Geisa lá no MJ, lanchei com a Prets, peguei a Tá, fui ver o baixo na Octogonal, e depois fui na apresentação da orquestra de choro no Teatro Nacional. Foi bem massa, apesar da cerimônia de entrega de prêmios que teve antes, que foi bem chata e cansativa, mas que mesmo assim foi útil pra aprender um pouco sobre projetos de preservação de capelas no interior de Minas e de pinturas rupestres...

Quem precisa de jazz quando se tem choro? É claro que não tem muita comparação, o jazz é muito mais rico em termos de diversidade de instrumentos e de fraseados possíveis, mas os dois servem basicamente ao mesmo propósito, que é de ser esse tipo de música chill-out. E o choro toca fundo na alma brasileira...

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Acho um absurdo não ter lugar legal pra comer em Brasília depois da meia-noite. E acho um CRIME o Habib's ter deixado acabar as esfihas de frango ontem! Tivemos que matar a fome no trailer lá da 411. Um besurrrrdo!

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Estou pensando em radicalizar por aqui. O blog passou a maior parte do dia fora do ar ontem, e além disso tem essas propagandas feias aí em cima, então tô achando que vou mudar de provedor já já. Justo hoje, que o blog faz dois meses...

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RAFA @ 06:15 tic-tac-tic-tac