: Raridades & Idiossincrasias* versão 2.0 :
sexta-feira, outubro 31

Estou meio embriagado... mas foda-se, vou escrever assim mesmo. heheheheh

Logo depois do posting anterior, saí para um after hours com um pessoal. Pra mim tem sido foda sair na sexta, trabalhar o dia inteiro, ter aula a noite inteira (e interessante, o que é mais foda) e depois ainda encontrar o pessoal. A noite simplesmente não rende.

Mas hoje foi especialmente foda. É impressionante como às vezes ter mais é pior. Me refiro ao seguinte: se vc sai pra guerra com três esquemas de pegada "quase certa", é bem mais provável que vc não pegue ninguém do que quando vc sai com só um esquema. Na hora vc se embanana, sei lá o que rola. O canal mesmo é pré-definir só um alvo. Se não der, paciência. Am I making myself clear, or am I way too intoxicated to write one single line of thoughts?

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Aliás, é algo que não posso evitar: toda vez que fico alto começo a falar línguas estrangeiras. Normalmente fica só inglês mesmo, mas já ouvi o pessoal descrever porres meus em espanhol e em "outra língua estranha que eu não consigo identificar". Pois é, se vc não consegue identificar, imagina eu!

Se rolar perto de você, forgive me... es que no lo hago por querer, sino por algo que todavia no logré explicar...

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Hoje ela estava linda, quase do mesmo jeitinho de quando a vi pela primeira vez. Conversamos brevemente, mas nada sério. Típico papo de elevador, mas sem o elevador. Entre um gole e outro, tentava fitá-la com um pouco mais de calma, mas sou meio tímido, me encabulo fácil. Ela é até mais que eu, acho. Quase um diálogo de surdos. Incompatibilidade por semelhança.

Sinto que não a conheço bem, mas adoro esse seu jeito jovial, solto, desencanado... é quase um sopro de brisa fresca dentro desse depósito empoeirado de memórias. Quero te descobrir um pouco mais, mas sem te revelar por completo, pelo menos não ainda. Quero ir um pouco como vc, dsencanado, sem pressa, mesmo que isso sigifique que alguém passará a minha frente. This sorta thing do happen sometimes, isn't that true? O tempo é muito relativo quando tudo está em calmaria. E se não for pra ser legal assim, melhor não ser. Estou errado?

Só sei que vou dormir agora. E pensando em você, abri uma fresta na janela, para que a brisa da noite possa entrar. Se ela vai ser boa ou me matar de frio durante a noite, é do ofício do futuro ser incerto. Mas I'm willing to take a shot. What about you?

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RAFA @ 21:34 tic-tac-tic-tac

Dica do dia: Common People, do Pulp. Tinha esquecido como essa música é boa. Tem gente que nem se amarra nessa de pós-progressivo-sei-lá-o-que, mas eu acho do caralho. Classificação: daóra +.

Tá fazendo o que aí parado? Já pro download!

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A aula de ética é muito boa. Uma matéria digna para fechar o curso.

Hoje a aula foi sobre Laranja Mecânica, do Kubrick. Muito bom mesmo. O problema é ser de 7 às 11 da noite, numa sexta, depois de uma semana de trabalho, com tua turma toda te chamando pra balada. Mas, fazer o que? De boa!

A aula tem outros atrativos também, mas isso é assunto de outro departamento. By the way, hoje tive um adesivo do Mickey colado no meu celular. Pra vcs verem a que ponto cheguei...

"Cai ni mim, trem que pula!!!"

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RAFA @ 18:03 tic-tac-tic-tac

Só ontem me dei conta que não tenho a menor idéia de quem anda lendo isso aqui. Algumas pessoas que eu nunca imaginaria que liam comentaram comigo que estão gostando, o que me deixou feliz, mas também meio surpreso, até meio cabreiro acho...

Também me impressionei com o counter: tem menos de uma semana que eu botei, e já passou de 100 visitas! Engraçado isso, porque como muito pouca gente escreve na seção de comentários, eu realmente achava que pouca gente lia. Mas claro que eu sei exatamente o que se passa. Óbvio que são as meninas do fã-clube, de novo a atazanar minhas idéias...

Essa estória de blog até que é legal. Antes tinha altos preconceitos, achava que era coisa de gente deprimida ou de quem tem tempo sobrando, sei lá. Mas cheguei à conclusão que escrever faz um bem danado pra cabeça, e não toma mais do que 20 minutos do meu dia, além de trazer um pouco desse contato do dia-a-dia para amigos que estão longe e/ou vc não vê todo dia, tipo a "raça" de Recife, o pessoal no RS, minhas primas em Genebra e SP, até mesmo a galera daqui de bsb mesmo.

Acho que eu tô gostando. E vcs? O "manda bala" serve pra isso, galera! Me perturbaram o juízo pra botar uma seção de comments, e agora ninguém escreve... vou acabar fechando por falta de uso.

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Chutei o balde da ESG, por três motivos. Um: como o chefe não indicou ninguém para fazer o curso "oficialmente", tive que me arranjar por conta própria, trocando uma porrada de horários. Dois, o nível: as palestras deles estavam uma porcaria... as com gente de fora estavam bem legais, principalmente com o pessoal do Itamaraty (wait for me, fellas...) mas as dos caras da ESG realmente me decepcionaram. E três, a gota d'água: me vêm ontem avisar que eu não iria receber certificado porque "descobriram" que eu não tinha a graduação completa.... ha ha ha. Aliás, bem típico do MD, dá o doce só pra poder tirar depois. O pior é que eu não estou nada chateado, achei até melhor assim. É por essas e outras que estou picando a mula. Não dá pra ficar onde não te levam a sério. Acabou a fase estágio, de uma vez por todas. Agora, só emprego de gente grande.

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Baixei MUITA coisa de ontem pra hoje. Entre as novas aquisições, Smiths, Tribo de Jah, Zimbo Trio , Faith No More, etc etc etc. Como diria a Lela, gravarei "loucamente" esse findi.

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RAFA @ 05:29 tic-tac-tic-tac

quarta-feira, outubro 29

Top ten songs from Blur, by Rafa:

10 - There's no other way
9 - Jubilee
8 - Magic America
7 - Parklife
6 - Beetlebum
5 - Country House
4 - This is a low
3 - Coffee & TV
2 - End of a century
1- The Universal

Eu ia fazer um top 5, mas é tanta música... e olha que eu deixei de fora uma porrada: London loves, Music is my radar, Tender, Song 2, Girls & boys...

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Se alguém teve a impressão de que eu não gosto muito de músicas batidas, acertou. Pra mim a pior coisa que se pode fazer com uma música é botá-la na abertura da novela, só pra cansar de ouvir. E isso porque eu não assisto novela!

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Music freaks, quero saber o que vcs acharam do top ten Blur. Write me an e-mail ou despejem chumbo na seção Manda bala aí embaixo.

Spot, sua favourite ficou em segundo... vai deixar? heheheheh

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RAFA @ 20:01 tic-tac-tic-tac

terça-feira, outubro 28

Adicionei aos links o site da revista Primeira Leitura, um dos meus novos hábitos.

Mesmo com todas as críticas, preferia quando a revista se chamava República e tinha outro formato, menos sério e mais cultural. Mas isso de jeito nenhum tira o mérito da PL, principalmente considerando o fato que a Economist tá o olho da cara...

Aliás, faz muito tempo que não leio a Economist. Não compro há mais de dois anos, e além de já não se encontrar tão fácil em qualquer biblioteca, tenho cada vez menos tempo - e saco - de ficar procurando.

A meu ver, a grande vantagem da PL, além do preço, é ter suas matérias diretamente voltadas para o Brasil. O problema é só o viés ligeiramente social-democrata, nada muito perceptível, mas também nada parecido com o classic liberalism da Economist, que aliás é bem mais a minha cara.

Só que pra isso, mano velho... nacionalidade e o bolso contam bem mais do que qualquer identificação ideológica. Quem vai pagar trinta contos numa revista em inglês que fala pouco sobre Brasil, quando se pode pagar 7 por uma em português da mesma qualidade que fala?

Pronto... daqui a pouco vão achar que a PL é "genérica" da Economist...

RAFA @ 20:35 tic-tac-tic-tac

A day to remember...

É o primeiro dia de trabalho em toda a minha vida em que não havia absolutamente nada a ser feito. Mesmo assim, foi longe de ser improdutivo. Minhas idéias voaram longe...
Pra resumir o dia: "I'm feeling supersonic, gimme gin 'n' tonic... you can have it all, but how much do you want it?"

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Sabe aquela leseira que bate depois de ter comido pra caralho? Pois é. Agora no jantar decidimos cozinhar, eu e Pablo. Compramos um contâiner de comida no supermercado e fizemos tudo. Dava pra umas 4 ou 5 pessoas tranquilo...

Agora tô ouvindo Here with me da Dido pra acabar de passar o hype do dia. Cara, a voz dessa mulher é perfeita. Estou tentando baixar Whiteflag aqui, mas parece que todos os arquivos estão danificados. Quer saber? Foda-se. Tudo o que eu quero agora é relaxar mais um pouco e ir dormir. Fazer digestão cansa.

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Antes de desligar os motores, uma interessante. Agora de noite vi um documentário da BBC sobre uma guria velejadora, a Ellen MacArthur. O filme era sobre a participação dela na regata de volta ao mundo solo, a Vendée Globe, em 2000. Cem dias de mar absolutamente sozinha, navegando entre icebergs, dormindo em intervalos de 20 minutos, fazendo reparos no barco sempre que necessário e sem nenhuma ajuda... coisa de louco. Ela era a mais jovem de todos os competidores (vinte e poucos anos, acho) e uma das pouquíssimas mulheres no meio.

Sempre gostei dessas estórias de expedições tipo Amyr Klink, mas esse documentário foi bem diferente. O filme foi baseado em tomadas de câmera feitas por ela mesma todos os dias, numa espécie de video-blog. Aí é a coisa nua e crua, saca? Assustadoramente realista. E o foda é que é tudo verdade. No special FX.

Acho que há uma certa tendência a exagerar no "épico" quando se transcreve uma aventura dessas para um livro, mesmo que não se invente nenhuma mentira. Essa talvez seja a principal limitação de uma obra escrita totalmente a posteriori, na calma de uma escrivaninha. Já os diários trazem os fatos ainda frescos, crus, e há pouca margem para ser tendencioso na descrição dos feitos.

Um dos melhores exemplos que consigo me lembrar sobre a validade desse tipo de registro é o diário da malfadada expedição de Robert Scott à Antártida em 1912, essa sim uma estória pra lá de assustadora de tão realista. Oficial da Marinha Britânica, Scott disputava com o norueguês Roald Amundsen a honra de ser o primeiro homem a pisar no Pólo Sul. Para atrair o apoio do rei e da sociedade do "império onde o sol nunca se punha", Scott organizou sua expedição à luz de holofotes, enquanto Amundsen discretamente treinava com cães esquimós na Groenlândia. Apesar de ter saído oito semanas depois de seu rival inglês, o plano astuto e disciplinado de Amundsen o fez chegar ao pólo um mês antes de Scott. Já a expedição inglesa configurou-se numa comédia de erros, todos registrados no diário de seu comandante. Scott e os últimos dois integrantes de sua equipe morreram de fome e frio durante a viagem de volta, ironicamente distantes apenas 18 km de um depósito de mantimentos. Seu diário foi achado oito meses depois junto a seu corpo, que parecia abraçar um de seus companheiros.

Trágico, eu sei... mas dá pra aprender muito com uma estorinha dessas. Recomendo fortemente a leitura de qualquer coisa a respeito, principalmente do próprio diário de Scott. Com certeza uma das estórias mais interessantes que já tive conhecimento.

RAFA @ 19:51 tic-tac-tic-tac

Não tenho religião. Só acredito em Deus. Ele acredita em mim também, é claro.

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Começa hoje o countdown: em quatro semanas estarei fora do Ministério da Defesa. Quer dizer, em um mês o meu estágio acaba, se quiserem me contratar é outra conversa.

Os últimos seis meses têm sido contraproducentes para mim. Defesa é a minha praia, definitivamente, mas estou sendo subutilizado, além de underpaid. It's time to be a grown up.

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Esse final de ano marcará a ferro quente a minha maioridade. Deixo de ser dependente do meu pai em absolutamente tudo, do plano de saúde ao clube. Serei bacharel, ou ao menos eu espero. Sem contar que completo 24 anos, o que me deixa na perigosa faixa dos mid-twentys. Meu pai se casou com 24 anos, dá pra ter noção?

Já decidi o que vou fazer. Para evitar qualquer tipo de confusão, não farei aniversário esse ano. Passarei mais um ano com 23 anos, e aí completo 25 ano que vem. Pode dizer, eu sou muito esperto mesmo, né? Eu sei, eu sei...

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RAFA @ 08:02 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, outubro 27

A partir de agora vou usar a classificação João Gordo. Em ordem decrescente: "Daóra", "Du Karai", "Marromeno", "1/2 bôca".

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Felipe Rodrigues Paulino. Nascido em 20 de julho de 1982. Irmão deste que vos fala, or at least that's what they have been telling us the last 20 years or so.

Lembra que eu falei que ele tava gastando as borrachinhas? Vamos dizer que agora I'm not exactly proud of it. O bicho simplesmente bateu o recorde.

Lelê, você foi superado! E com larga margem!

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Dá licença, que agora vou dar a limpa na geladeira!

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RAFA @ 12:19 tic-tac-tic-tac

Como é bom dar uma dormidinha à tarde... principalmente quando tá chovendo.

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About fucking time! Finalmente a estação da lama está chegando. Não agüentava mais aquele calor infernal. Agora, a chuva vai ser uma constante na rotina dos próximos 4 meses.

Ótimo pra mim. Eu simplesmente adoro chuva. A temperatura fica mais amena, o ar fica mais limpo, me sinto mais disposto a fazer atividades físicas, tipo correr ou jogar bola... sem contar que eu tenho ótimas idéias quando chove. Taí mais uma idiossincrasia...

London, London... onde estás?

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Metallica... ô bandinha mais esquisita. Uma das minhas bandas favoritas quando eu tinha 12-13 anos e era metido a adolescente problemático. Só que eu fui me decepcionando...

Primeiro, eles nunca conseguiram fazer um disco tão bom quanto o "black album". Até quiseram fazer releitura de algumas músicas, tipo Unforgiven 2, mas não saiu do jeito que deveria. Depois, o show que fui deles na Inglaterra, em 99... achei uma grande porcaria, pra se ter uma idéia a banda que abriu pra eles, o Placebo (que na época eu nem conhecia!) tocou mil vezes melhor. Óbvio que eu curti, mas não foi essas coisas, entende?

O golpe final tinha sido o processo que eles entraram contra o Napster, pra mim um absurdo... mas aí veio esse disco novo, "St. Anger". Musicalmente, o disco é bem massa, uma sonzeira bem bacana. O problema é ao que isso tá linkado: é absurda a quantidade de coisas que fazem referência ao white power dos skinheads americanos. E olha que o guitarrista lá não é exatamente waspy... o cara tem mor pinta de chicano! Fala sério!

Curto, mas ouço com um pé atrás. Quem já viu "American Story X" sabe do que eu tô falando.

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Já decidi o livro que vou pegar depois que acabar o Montanha Mágica do Mann. Vai ser Sidarta, do Hermann Hesse. Quero ver onde essa contemplação vai me levar.

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Ao som de The Attack of the Ghost Riders do Raveonnettes (daóra!), London e Bigmouth strikes again do Smiths, Desaparecido do Manu Chao, mais Audioslave, Coldplay e as doideras do Mars Volta. Aliás, essa banda é completamente maluca, não tem métrica nenhuma, é como se fosse um rock pauleira misturado com jazz psicodélico... é a sensação nos EUA e Europa, mas eu não sei se gosto. A digestão é muito lenta, e não tenho a menor idéia "de qual é" a dos caras.

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Chuva chuva chuva.... la la la...

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RAFA @ 12:04 tic-tac-tic-tac

domingo, outubro 26

Tentando botar um counter para essa birosca aqui...
Vamo vê se dá certo.
RAFA @ 00:04 tic-tac-tic-tac

sábado, outubro 25

Mas afinal, o que é Rock 'n' Roll?
Os óculos do John com o olhar do Paul?

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Acabei indo lá no FINCA de novo, mas fiquei pouco tempo. Tô com uma alergia feladaputa a não-sei-o-que, dá um ódio do caralho ficar espirrando a cada 30 segundos sem nem saber o motivo. Não deixo por menos nessas horas: levei em consideração o peso de um cavalo na minha dose de antialérgico. O foda é que ele tem efedrina, o que vai me deixar ligadão a noite toda, e com uma "ressaca" muito trash amanhã. Pelo menos, a alergia vai passar for good.

Esse é com certeza o método mais medieval que eu conheço pra se resolver alergia. É que nem dar uma paulada no dedão pra esquecer a dor de dente. Só dá jeito no sintoma, mas who gives a shit?

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Noite dark. Ouvindo Placebo (Pure Morning, Every you every me) e umas velhas do Sepultura (Dead Embryonic Cells e Orgasmatron). Engraçado, porque no começo da noite tava ouvindo umas coisinhas mais groovy, tipo Jamiroquai e Afrika Bambaata, mas foi só ver a galerinha alternativa lá na UnB e minha alergia piorar para eu resolver atiçar de vez a fúria de Tanatos e Hades.

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RAFA @ 23:09 tic-tac-tic-tac

Tarde regada a licor de damasco e acústico do Nenhum de Nós, a mais inglesa das bandas gaúchas.

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Uma coisa em comum entre os lugares que mais me influenciaram (BSB, RS, Recife, Londres, Bs. As.) tirando o Rio, é a forte tradição de rock e música alternativa. Acho que foi uma coisa que aconteceu meio que por acaso, e que ao longo do tempo tomou corpo.

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O dia de ontem: de manhã, chegar atrasado à palestra do Embaixador Macedo Soares. Na hora do almoço, tomar decisões dificílimas. De tarde, comunicar meu chefe das decisões, e ver o resto do expediente passar em câmera lenta. In the evening, aula de Ética e Direito, e uma discussão interessantíssima sobre O Homem Revoltado do Camus, a natureza do absurdo, e links com Dostoiéviski e Kant.

Y entonces, llega la noche... saí mais cedo da aula, tomei uma ceva com meu pai e amigos dele, fui pra casa pra trocar o terno fedido a suor por jeans e jaqueta de couro, e me bandeei para o FINCA (Festival de sei lá o que é essa sigla) lá no Centro Comunitário da UnB. Muito massa a festa, muita gente pelo fato de ser de graça, mas não ao ponto de lotar. Surpreendentemente, poucas pessoas do REL, o que até foi bom, senão ia ser aquele clima de festinha de repartição. Lá encontrei meu velho camarada Danny Spot - baixista da minha ex-banda, o Lo-Fi, e que escreve o Mulholland Drive que está aí do lado na seção de links. Já faz um tempo que ele tá tocando também com uma banda de Sobradinho muito legal, o Mentes Póstumas. É sempre bom tomar uma ceva com velhos amigos, principalmente se eles são freaks por música como você.

Mas bom mesmo foi comemorar, junto ao Clube dos Cafajestes, a contratação do Dan-Dan e a mais nova nave espacial a aterrissar no quintal do Pablo. Se ficar en pedo por nada já é bom, imagina com motivo!

Não sei se vou de novo hoje à noite. Vou tentar resolver um "ixxxquema", se é que vcs me entendem. Mas ontem foi bem legal mesmo, principalmente o show do Móveis Coloniais de Acaju, mais conhecido como "o genérico do Bois de Gerião". Não sei o real motivo da brincadeira, mas o fato é que as duas bandas são as que tem mais visibilidade na cena local de Brasília. O MCA ganhou o mainstream da cidade depois do show deles no BMF, enquanto o Bois já tá por aí a mais tempo. A cena musical de bsb é bem bacana, claro que sempre tem uma ou outra bandinha-mané-que-se-acha-a-foda, mas tem muita coisa interessante. Vale a pena conhecer, principalmente pra esse pessoal "de fora" do REL que fala tanto mal de Brasília (e/ou dos coleguinhas de FA...)

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Aliás, não entendo como alguém pode estudar REL ou POL em Brasília e nunca ter acompanhado uma sessão no Congresso ou no STF, ou mesmo ter visitado o Itamaraty ou o QG do Exército. A UnB fica a menos de uma milha do centro das decisões do país, a gente estuda isso todo dia, e mesmo assim tem gente que nunca nem se interessou em ver como as coisas ocorrem na prática. Pra falar a verdade, tem gente que nunca foi nem no Memorial JK!

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Já notaram quanto spyware vem junto com o Kazaa? Caralho... estou de cara. O foda não é nem fazer uma teoria da conspiração maluca pensando que o governo americano sabe tudo o que rola nos computadores do mundo. O foda é pensar que quem sabe o que tem no seu computador é uma empresa privada, que certamente fará uso comercial dessa informação. Sou totalmente a favor do software livre e da troca de informações gratuita "peer-to-peer", mas botar spyware é imoral, lesa a privacidade das pessoas, e só não é crime porque a lei não é agil o suficiente para acompanhar a evolução do ilícito - nem pra perceber que trocar informações é inerente à comunicação humana, e que isso tem que ser estimulado.

Vou ser um "pirata" completo agora: até meu peer-to-peer vai ser versão desautorizada. Kazaa Lite K++ neles! Pra quem não sabe, esse programa é o fruto da consciência e talento (e paciência tbem) de uns programadores holandeses que se emputeceram com a história de vulnerabilidade dos PCs só porc onta de um software peer to peer. Já já boto o link aqui do lado pra baixar. O inconveniente é que é necessário limpar TODOS os registros dos programinhas que vêm junto com o Kazaa normal. Mas vale a pena, com toda a certeza. Eu já tô limpando aqui.

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Tô querendo levar a Lilica (a filhote da minha cadela) para dar uma passeada na UnB hoje à tarde... louco né? Acho que vai ser massa... hehehe. A "pequena" é uma piada com patas...

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RAFA @ 12:56 tic-tac-tic-tac

Uma pequena - e tosca - crônica sobre a vida na capital da república.

Brasília é uma cidade meio esquisita, é verdade. O planejamento da cidade faz com que tudo seja tão hermético, a ponto de fazer alguém morar anos aqui e não ter a menor noção de como a cidade vive. O hermetismo dá uma noção de limitação, e as pessoas se adaptam a isso. Vão ao cinema, frequentam suas festinhas com o grupo do trabalho ou estudo, eventualmente arrumam namorada (o) no mesmo meio... e depois dizem que tudo é boring por aqui.

Como qualquer coisa na vida, acho que há vantagens e desvantagens em se morar numa cidade planejada como Brasília. Por um lado, se tem muito verde em volta, ar relativamente limpo, e raramente se leva mais de 20 minutos para chegar a qualquer lugar dentro do Plano Piloto. Congestionamento só muito de vez em quando, e quando rola dificilmente passa de 15 minutos. A presença da "Corte" republicana não deixa faltar nada em relação a Rio/SP, e o Roriz não deixa ninguém orfão de alguém para se falar mal quando não se tem assunto. Afinal, se em outras cidades o papo de elevador é normalmente sobre o tempo, aqui não dá porque só tem duas estações: a da poeira (mai-ago) e a da lama (nov-fev). Aqui, falar mal do governador é o esporte favorito da galera - e meu também.

Porém... a noção de limitação causada pelo hermetismo da cidade, essa compartimentação das superquadras... nunca vi lugar com pessoas tão sozinhas como em Brasília. Digo mais: em nenhum outro lugar que já estive vi tantas igrejas, lojas de instrumentos musicais e pet-shops, três coisas bem típicas de pessoas solitárias e que buscam algum vínculo se sociabilidade - nem que seja com um cachorro ou periquito. Pouquíssima gente sabe, até porque não se divulga esse tipo de info, mas a taxa de suicídios aqui é a segunda maior do Brasil. Esqueci a primeira... acho que era Campinas.

Numa cidade normal, os prédios surgem do acaso, e essa desordem na urbanização gera uma porrada de problemas que Brasília acaba não tendo. Um a zero pra Brasília nessa, portanto. Mas tem uma coisa muito boa em cidades normais: as pessoas se encontram ao acaso muito facilmente. Se esbarram na rua, combinam de tomar um chopinho no botequim da esquina, e vão pra casa sem a menos idéia de quem vão encontrar amanhã. Aliás, a esquina, esse lugar de entroncamento em qualquer cidade no mundo, que tanto faz falta por aqui... Brasília foi feita pra carros, é muito difícil encontrar com alguém ao acaso por aqui. Isso só rola nos shoppings (ou no Pier, que é um shopping after all).

Acho que o contrário de planejamento é deixar ao acaso. E se em cidades normais é o acaso que reina sobre as relações pessoais, aqui em bsb a coisa tem que ser um pouco mais planejada. É engraçado, mas em Brasília é até desejável ter um pouco de auto-disciplina para manter seus amigos junto. Se alguém não se tocar e chamar, é bem provável que fique a turma toda em casa numa noite de sábado, mesmo estando todo mundo na pilha de sair. Em outros lugares, chamar pessoas para fazer algo é algo tão taken for granted... mas aqui, se você não quebrar a inércia e botar a cabeça pra fora, vai ficar sozinho mesmo... e bored, very bored.

Personal note: levei algum tempo pra me tocar disso. E levei mais tempo ainda pra me tocar que nem sempre as pessoas que você procura são aquelas que querem mesmo estar com você. Isso sim é realmente engraçado. Se você é uma pessoa que não gosta de ficar sozinha e sai procurando as outras, logo logo algumas delas começam a take you for granted, e fazem até doce pra sair. E isso é uma puta distorção! Relações de amizade legais, assim como qualquer relação humana, só são boas mesmo com uma certa eqüidade e reciprocidade. Só procurar as pessoas então não adianta: é preciso se deixar achar também, e não dar bola pra quem não te dá bola. Essa última é fruto de um raciocínio meio sistêmico: se a pessoa não é da sua turma, é porque é de outra. Ou seje: por aqui, se você gosta de estar com alguém, discipline-se a chamá-la de vez em quando, e deixe-se chamar também. Se a pessoa chamar você e você gostar, chame-a também! Requer alguma self-discipline e noção de reciprocidade, mas funciona que é uma beleza. Funciona pra mim, after all.

Se você achou algum sentido nisso tudo, good. Se achou uma puta baboseira de livro de auto-ajuda, nem precisa me chamar pra nada. Provavelmente eu vou achar você uma pessoa muito escrota.

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RAFA @ 12:33 tic-tac-tic-tac

sexta-feira, outubro 24

Porque hoje em dia tantas covers ficam melhores que as originais? É uma discussão muito complicada... pra começar, muita gente tem um puta preconceito com covers. Eu, como não tenho preconceito com absolutamente nada... até gosto, na verdade.

Acho as covers hoje em dia acabam ficando melhores por causa dos métodos mais modernos de gravação. Vi um entrevista com o Paul McCartney uma vez, e ele descreveu o sufoco que era gravar um disco com os Beatles, mesmo com toda a parafernália "moderna" de Abbey Road, que era o melhor estúdio da época. Os microfones eram direcionais (só captavam uma direção) o que quer dizer que cantar um pouquinho fora do pito era não captar nada da voz.. isso sem contar a diferença em termos de edição dadas pelos múltiplos canais e pelo som digital. Mas mesmo ao vivo, sem edição, a parafernália faz diferença. É totalmente diferente hoje, temos válvulas muito mais potentes, caixas que agüentam mais tranco, etc e tal.

A diferença técnica é óbvia. Mas há também um componente artístico: o da "leitura". É claro que para mim, ouvinte da década de 90, uma leitura de uma música qualquer por uma banda também dos anos 90 vai parecer mais palatável. Nisso, até a batida faz diferença: percebam que a cadência das músicas gravadas há mais tempo tem ritmo mais devagar, menos "bpm" (batidas por minuto) por assim dizer. Ou seja: é natural que músicas dos anos 60 ou 70 pareçam mais "anabolizadas" hoje em dia, pela pegada mais forte e rápida, pelos canais e overdrives, e pela clareza do som digital.

Lembro que li uma entrevista com um crítico musical - um idiota por sinal- que falou que o advento do CD era o fim do jazz. Dizia ele, dentre outras besteiras, que o bacana das gravações do jazz era o ruído ambiente (!!!). Pois pra mim, com todo o respeito aos clássicos, mas o jazz continua firme e forte, sempre melhorando com o tempo.

O melhor das coisas é perceber sua capacidade de reinvenção. Cool, isn't it?
RAFA @ 08:18 tic-tac-tic-tac

Ser mais disciplinado comigo mesmo. Converter erros em coisas boas.
E, principalmente, achar uma maneira de quebrar essa inércia. Transformar essa energia potencial em cinética. Achar uma maneira realmente bacana para fazer isso.
Something big is about to happen. I fell it.
RAFA @ 08:10 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, outubro 23

Bedtime posting...

Acabei de acabar de ler a segunda parte do A Theory of Justice do John Rawls, esse um dos meus maiores ídolos. 60 páginas em pouco mais de 2 horas, em inglês. I'm proud of myself!

Esse orgulho todo tem motivo: quanto mais próximo do fim do curso, seu saco vai diminuindo exponencialmente. Fora que vc fica mais lerdo também.

Nos primeiros anos de facul eu lia com uma avidez de leão de circo, e mais, sempre queria o original, em inglês, espanhol ou algo que o valha. Com o tempo, perdi totalmente a paciência. Até me dava o trabalho de dar mais uma procurada para achar o texto em português, mesmo quando alguém me falava que a tradução estava uma bosta.

Só que fazer algo com prazer é fazer bem-feito. O Rawls era F-O-D-A. End of conversation.

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Adendo: Rawls, Aron and Berlin deserve a place of worship in this blog.

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Se o assunto é covers melhores que as originais, ouçam o que eu digo: Voodoo Chile, clássico do Jimi Hendrix, é bem melhor na versão dos argentiníssimos Divididos. Everything is broken, do Bob Dylan, ganha músculos anabolizados com o Kenny Wayne Shepherd. E é claro que o Oasis é especialista em fazer covers como ninguém, principalmente dos Beatles. Helter Skelter e Daytripper são boas pedidas para começar.

Last - but certainly not least - a versão de Smells like teen spirit da Tori Amos (mais conhecida como "a filha do pastor") é no minimo interessante. Um piano sombrio, um vocal em tom de confissão, um certo ar de catedral... nada comparável ao punch que a Cássia Eller dava, é claro. Sorry guys, mas quem sabe faz ao vivo, e isso a falecida fazia bem pra caralho. Que viva por muito tempo em nossas memórias!

A parte ruim é que meu KaZaa deu pau total aqui. Logo agora que eu ia baixar umas coisas do The Who. Puta madre que le parió...

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Pra acabar, perguntinha filosófica: de que droga eu seria dependente se não houvesse download de músicas? Fumaria coentro até dar curto-circuito? Cheiraria pó de livro? Injetaria café-com-leite? Ou nenhuma das alternativas? Está lançada a enquete!

Desligando os motores por hoje. Amanhã, mais uma sexta-feira normal na vida de um tipo normal.

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RAFA @ 21:25 tic-tac-tic-tac

Ontem fiquei uma hora tentando postar uma foto aqui, e nada. Parece que tenho que ter um espaço de home-page, ou eu não tô entendendo nada disso.

You see? Para isso servem os técnicos...

Tentativa e erro cansa demais!
RAFA @ 18:54 tic-tac-tic-tac

Ficar ouvindo um casal de ex-namorados resolver suas milhares de "issues"??

Nem a pau, Juvenal!!!

(antigamente eu diria: "dá pra tomar uma antes?")

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Mulheres, mulheres, mulheres... tem que ser burra demais pra gostar de um cara como eu...

Actually, tem que ser muito burra pra gostar de qualquer homem, mas pra gostar de mim tem que estar no mínimo na categoria "quite stupid".

Mas mesmo assim, o que seria de mim sem vocês? heheheh

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Eu vou pro céu.

Olha, eu não me considero lá o role-model de competência e inteligência, muito pelo contrário. Mas ter lidado a vida toda com esse tipo de pessoa, que tem menos capacidade, bem mais poder e nenhuma humildade... isso definitivamente carimba meu passaporte para o paraíso divino. E depois dessa semana então... vou entrar é pela fila VIP da alfândega do céu. Ou melhor: São Pedro, se é que existe, vai levantar a cordinha da porta da boate pra mim.
Melhor ainda: meu passaporte é vermelho, e vou entrar com um estoque de Black Label!

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Até ano passado meu irmão não comia ninguém. Pois agora, o muleque deve estar gastando uma caixa de borrachinhas por semana. Pior, tem mais de uma na jogada...
Foda é lembrar que 4 anos atrás era eu quem tinha esse "rate of fire". E ainda mais foda é lembrar de quantos meses estou à base de chocolate.
Aliás, o que é sexo mesmo? Já até esqueci do que se trata... por acaso é nome de artista?

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RAFA @ 18:44 tic-tac-tic-tac

quarta-feira, outubro 22

Lunchtime...

É só impressão minha, ou a versão que a Cássia Eller fez de Smells like teen spirit é bem melhor do que a do próprio Nirvana?

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Pensei nesse blog como um meio de registrar as coisas pequenas que acontecem no dia-a-dia. Por isso o "idiossincrasias"...
Por isso mesmo estou pensando em fazer uma lista de assuntos que não serão tratados aqui de jeito nenhum. Entre os banidos: mau-humor, chatices do trabalho, chatices da facul, MUNs, desilusões, deprês, adulthood, etc etc etc
Ou seje - e aí é seje mesmo - a partir de agora, é só coisa boa nesse canal. De amargo, basta a vida. Alguém aí discorda?

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RAFA @ 08:27 tic-tac-tic-tac

terça-feira, outubro 21

Este blog não tem nenhuma envergadura moral!

Só pra esclarecer... hehehehe

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O que posso dizer? Tenho me desgastado além do normal esses últimos dias, com a coisa do curso. Saio do trabalho no maior hype, inquieto, e como não tem nada pra fazer venho pra casa. Só quando eu entro no meu quarto é que eu percebo o quanto estou moído... aí, capoto direto, sem comer nem nada. Aliás, com o esforço extra e sem comer direito, eu devo emagrecer de novo já já...

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A trilha sonora do dia foi variada... foi desde Los Amigos Invisibles a Paul Weller, passando por Armand van Helden e outros sons eletrônicos da vida. A turma que me vê no trânsito deve achar que eu sou meio doido mesmo.

Minha fúria gravadora de CDs está de volta. Hoje comprei dez mídias do Lelê, o que me dará munição para uma semana, acho. Hoje já saíram dois, um só com o melhor do rock argentino (Divididos, La Renga, Turf, Attaque 77, entre muitos outros). Quero ver se gravo um com Zwan, The Music, sei lá, essas músicas de metido a alternativo.

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I've got two research assistants again! Vamo ver se dá certo.

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É de escaldar os neurônios. Às vezes acho que o MD é tudo de bom, que estou no lugar certo e tenho que seguir adiante. However, às vezes penso que tudo aquilo é uma baita perda de tempo, e que I'm not going anywhere at all. Já faz um tempo que as coisas estão desconfortavelmente estáveis por lá. Acho que estou esperando alguém tocar fogo na parada...

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Tem nego que não aprende... putz, é simplesmente patético. Mas não vou fazer nada não. Tenho absoluta certeza que ele se estrepa por si próprio, as he did a thousand times in the past. Aliás, tenho que me policiar, acho que estou começando a sentir pena desse poor bastard...

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Hoje eu tô sério, né? Denso, obscuro, até meio agressivo... não sei se tem a ver, mas as terças-feiras são regidas por Marte, Deus da Guerra. Vai ver é por isso que eu ando tão de saco cheio hoje. Bem, vou parar por aqui, antes que eu contamine alguém com isso. Ninguém é obrigado, nào é mesmo?
RAFA @ 21:45 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, outubro 20

A palestra com o Embaixador Côrtes foi muito boa. Aliás, tenho a impressão que ainda vou falar muito dele. Um cara muito interessante, veteraníssimo em assuntos de política exterior.

A trilha sonora da manhã foi Jubilee, do Blur. Estava ouvindo essa música vindo para casa almoçar agora há pouco, e perguntei a mim mesmo quais tinham sido os discos que mais influenciaram o jovem Rafa (o próprio "gafanhoto" musical, heheheh). Muito difícil responder, são muitos, e é foda dizer que disco foi mais importante quando se gosta de mais de um de uma banda (isso rola principalmente em relação às bandas mais velhas, tipo Led Zeppelin, Ramones e Jimi Hendrix). Então, comecemos pela parte mais fácil: discos mais conhecidos.

Legião Urbana - "Música para acampamentos"
Engenheiros - "Filmes de Guerra, Canções de Amor"
Blur - "Parklife"
Oasis - "The Masterplan"
Aerosmith - "A Little South of Sanity"
Sheryl Crow - "The Globe Sessions"

Esses são os que eu lembro por ora (a fome me impede de fazer uma reflexão mais profunda), ou seja, uma lista beeem sujeita a alterações. Quero fazer uma listinha tipo top ten, mas tô vendo que vai ser difícil...

By the way, estou destilando meus comentários sobre o novo disco do Skank, "Cosmotron"... sabe como é, tentando transformar impressões em palavras. Só pra matar a curiosidade, sim eu gostei do disco, inclusive achei muito parecido com Coldplay e Supergrass. Quando conseguir organizar as idéias eu escrevo aqui.

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Sobre os livros que eu peguei, estou lendo a conta-gotas, mas estou gostando. Eu já estava numa fase meio "daydreamer", sonhendo acordado, e com esses dois livros tão "contemplativos" (acho que não é essa a palavra que eu quero, mas enfim...) acho que piorou. Hoje de manhã mesmo me peguei viajando na maionese, numa cara de bobo-alegre que só vendo... e não, eu não ando apaixonado. É pura lerdeza mesmo.

Gotta go to class. Fui!

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RAFA @ 08:29 tic-tac-tic-tac

domingo, outubro 19

Às leitoras deste blog, adicionei nos links o site com as obras completas de Vinícius de Moraes, organizado pelos filhos dele. É a minha singela homenagem aos 90 anos que o "poetinha" completaria hoje. O site é muito massa, tem tudo mesmo, só achei desnecessária a musiquinha com a abertura da novela. Isso foi kitsch demais.

Aos leitores, o "saite" do Millôr, de onde extraio a pérola: "se é gostoso, faz logo, amanhã pode ser ilegal". Destaque para a seção de Conpozissõis Imfãtis e as clássicas Fábulas Fabulosas.

Às leitoras e leitores que querem rechear os neurônios com algo que realmente presta, adicionei também o link da biblioteca virtual do Isaiah Berlin, pra mim uma das grandes mentes do século XX.

Enjoy!
RAFA @ 10:53 tic-tac-tic-tac

Prato do dia: "Ill Communication" dos Beastie Boys. Sugestão do chef: Sure Shot.

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Night pra lá de parada ontem. Saí pra encontrar a Carol de SP num barzinho, mas acabou cedo. Daí saímos caçando a turma pra ver se alguém agitava algo, mas ao que parece tava todo mundo de molho em casa. Esse pessoal é muito parado, fala sério.

Tô na pilha de sair pra fritar os miolos... any volunteers?

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Livros: como é domingão e eu provavelmente vou ficar aziando em casa, já me preparei com antecedência. Essa semana peguei "Vislumbres da Índia" do Octavio Paz. Aliás, um cara que realmente vale o comentário. Diplomata mexicano (renunciou a seu posto em 68 depois do incidente em Tlatelolco), Nobel de Literatura em 90, um dos grandes espíritos latino-americanos do século XX. Um cara admirável, de verdade.

Peguei também "A Montanha Mágica" do Thomas Mann, inspirado pela música de mesmo nome do Legião Urbana. Esse é um daqueles livros que eu "não li e não gostei", mas que resolvi tirar a prova dos noves. Existem milhões de explicações para a letra dessa música do Legião, pra mim a mais razoável é que foi uma viagem de heroína. Alguém quer se manifestar a respeito?

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RAFA @ 09:06 tic-tac-tic-tac

sábado, outubro 18

Não se assustem, meu blog não foi invadido por alienígenas nem nada. Só estou testando coisas novas aqui.

Ou melhor: aprendendo HTML da forma difícil.

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RAFA @ 16:33 tic-tac-tic-tac

Momento loser total: estou escrevendo tudo isso com os dedões dos pés mergulhados na água quente com vinagre, como a "unheira" recomendou.

Pior: vou ter que mergulhar também o dedão da mão na água fria, pois queimei-o esquentando a água para os pés...

O cúmulo da decadência humana!!!

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Ter unha encravada é um saco mesmo. Ainda mais quando o seu dedão resolve inchar que nem bucho de menino com amarelão. Tenho que desinchar essa porcaria de alguma forma pra poder tirar logo isso. Alguém aí tem um "Magic Nail Desincheitor Tabajara"???
RAFA @ 11:26 tic-tac-tic-tac

Falando em cinema, estou louco para ver Kill Bill, o novo do Tarantino. Eu sei, o cara é meio prego, mas eu sou fã dele. Para quem não sabe, my all time favourite movie is Pulp Fiction. More than just a movie, it's a way of life!

No cartaz do filme está a Uma Thurman com uma espada samurai, a katana. Parece uma fixação do Tarantino, né? Quem não lembra do Bruce Willys fatiando a galera em Pulp Fiction e depois perguntando pro Marsellus "are you okay?"?

Tenho uma teoria sobre a katana. Ela não é admirada apenas porque é a mais perfeita espada já feita pelo homem, mas por todo o código de conduta que implicava o seu uso pelos samurais. Era como se seu espírito fosse de uma força tão grande que a própria sociedade que a criou tivesse de criar também regras que a pudessem domar. Sua leve curva é o equilíbrio perfeito entre a força das retas espadas européias e a rapidez dos sabres curvos dos árabes. E o fio, quase uma navalha, é forjado pacientemente por meses, usando a diferença de temperatura da água para atingir o ponto perfeito entre o ferro e o carbono.

A katana é quase sagrada, um poder divino. Por isso fica tão bem nas mãos dos lunáticos yankees do Tarantino. Esse contraste é ótimo! Guardadas as devidas proporções, é como se uma ogiva nuclear caísse nas mãos de terroristas. Ou um psicótico com um 38. No fim, é a mesma coisa.

Já decidi que, assim que puder, vou comprar uma para pendurar no meu quarto, junto com as bandeiras. Com essa lei nova, como não poderei ter arma na gaveta, tenho que ter alguma last line of defence, não? Djeeealous!!! Anyways, útil ou não, vai dar uma baita atitude na decoração. E se meu cachorro vier me incomodar querendo brincar de bolinha (exatamente como está fazendo agora mesmo), I'll chop its ass off!
RAFA @ 11:04 tic-tac-tic-tac

Okay, vamos ao comentário de Casablanca.

Um ótimo filme. E de fato muito mais profundo do que possa parecer à primeira vista. Depois de tê-lo visto na casa do Jão quarta, quase não tive tempo pra respirar, quanto mais pra filosofar! Esta semana foi bem cansativa mesmo. Acho que os gregos estavam certos... o ofício da filosofia requer uma boa pitada de falta do quifa. Mas, como promessa é dívida, ontem à noite peguei fragmentos do script na internet e fui lembrando das cenas.

Primeiro, que filme chique! Eu de fato nasci na época errada. Se um café nos cafundós do Marrocos era daquele jeito, é porque Paris era uma verdadeira "falta de educação" de bonita. Odeio smokings e gravatas borboletas - apesar de ser fã do 007, I simply wouldn't wear them myself. Mas o tuxedo branco, de lapela arrendondada, é show de bola. Que coisa não? Aqui estou eu comentando sobre moda. Já estou me sentindo o próprio Clodovil!

Segundo, o papel da música. As time goes by, uma música meio chumbreguinha na minha humilde opinião, é elevada à categoria de clássico entre os olhares de Bogart e Bergman (ou melhor, Rick e Ilsa). O André formulou até uma teoria sobre a alteração da música em semitons... algo interessante. Conclusão: ninguém precisa de uma trilha sonora de 30 músicas. Uma só, bem encaixada, resolve a parada.

Rick Blaine era mesmo um cara de sorte, e não só por ter catado uma mulher tão gata como a Ingrid Bergman (tá bom... Ilsa). De fato ele deu o azar de ter gamado, and that haunted him for a long time. Mas a maior sorte dele foi ter tido a oportunidade de resolver a questão. Isso de fato foi uma puta sorte e talvez o cerne do filme. Não vejo motivos para crer que a Ilsa era mesmo o perfect match do Rick, até porque segundo as palavras do Capitão Renault, ele catava todas mesmo. O problema dele foi ter sido largado na estação sem a menor explicação. Isso encuca qualquer um.

A vida nem sempre dá esse tipo de oportunidade, digo, face your fears, eye to eye, e resolver tudo de uma vez por todas. My piece of advice is: se tiver a oportunidade, grab it with both hands.

Personal note: Ingrid Bergman, que mulherão. 1,78 de altura, recusou-se a usar o sobrenome do marido, e o melhor de tudo: sueca! Simplesmente linda.

RAFA @ 10:27 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, outubro 16

A good movie quote. Estou muito cansado, o dia de hoje foi dose pra elefante, mas prometo que essa não passará sem comentário.

Rick Blaine: Last night we said a great many things. You said I was to do the thinking for both of us. Well, I've done a lot of it since then, and it all adds up to one thing: you're getting on that plane with Victor where you belong.

Ilsa Lund: But, Richard, no, I... I...

Rick Blaine: Now, you've got to listen to me! You have any idea what you'd have to look forward to if you stayed here? Nine chances out of ten, we'd both wind up in a concentration camp. Isn't that true, Louie?

Captain Louis Renault: I'm afraid Major Strasser would insist.

Ilsa Lund: You're saying this only to make me go.

Rick Blaine: I'm saying it because it's true. Inside of us, we both know you belong with Victor. You're part of his work, the thing that keeps him going. If that plane leaves the ground and you're not with him, you'll regret it. Maybe not today. Maybe not tomorrow, but soon and for the rest of your life.

Ilsa Lund: But what about us?

Rick Blaine: We'll always have Paris. We didn't have, we, we lost it until you came to Casablanca. We got it back last night.

Ilsa Lund: When I said I would never leave you.

Rick Blaine: And you never will. But I've got a job to do, too. Where I'm going, you can't follow. What I've got to do, you can't be any part of. Ilsa, I'm no good at being noble, but it doesn't take much to see that the problems of three little people don't amount to a hill of beans in this crazy world. Someday you'll understand that. Now, now... Here's looking at you kid.

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RAFA @ 19:53 tic-tac-tic-tac

terça-feira, outubro 14

Críticos de plantão, eis aqui o telhado de vidro deste blog!

Atendendo às milhares de cartinhas das fãs de todo o Brasil, está no ar a seção de comentários, mais conhecida pela chamada Manda bala!

Espero que rounds and rounds of ammo sejam disparadas neste polígono, em consonância com os melhores princípios da filosofia yankee: "atire primeiro, pergunte depois" (ou, em bom novaiorquês, "pop a cap on tha nigga's ass before askin' wuzzup")

Como ressalva aos trigger-happy de tocaia (e também à milícia de Michigan, que alveja tudo o que se mexe - até janelas de pop-up!*), um aviso explosivo: corremos da bala, mas não corremos de quem atira!

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Em homenagem à nova seção, uma musiquinha lá dos pagos gauchescos: A la pucha!

A la pucha, tchê... não se assustemo!
Que no perigo, a bala vem, nós se abaixemo! (2x)

Se a bala vem por baixo, eu salto por cima
Se a bala vem por cima, me atiro por baixo
Se a bala vem do meio, eu rólo pra qualquer lado
E saio dando pulo... mais do que tatu faqueado!

Sobre a letra acima, dois esclarecimentos: 1) Não saí escrevendo (sic) a cada palavra porque não estou com soluço, e 2) a música é de fato do tempo que o Cervo ainda votava no RS (se não me engano, foi nessa que elegeram o Caxias para presidente da província), mas se quiserem escrachar de vez, baixem-na na voz de Os Serranos ou do Mano Lima, esse último conhecido como o guasca mais abagualado (em bom gauchês, um qüera) do estado só por cortar a unha com facão, tomar banho só quando o Ijuí-Grande enche ("uma sanga véia pra lá de cuiúda"), e por comer abelha em vez de mel "pra deixá as bicha trabalhá dentro do estrômbago, que nem rês leiteira confinada".

*1: razão pela qual o Estado do Michigan é o maior fabricante de monitores tela plana do mundo - de onde você acha que a Samsung é?

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RAFA @ 22:10 tic-tac-tic-tac

Diretamente da PNC para todos vocês! É, não basta ser um veterano mala, tem que incomodar com vontade! Right now, a Tá está no banho (quem pensar besteira apanha do Mário...), a Paula está no quarto nervosíssima estudando para o controle de DIP e o Mário está aqui do meu lado, refestelado no pufe.

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O flecha - meu celta, para quem não conhece - é um carrinho bem metido a besta mesmo. Hoje de manhã olhou pra mim pedindo banho... ora ora... meu antigo carro, o cururu, nunca pediria um banho. Acho até que ele gostava de ficar sujo de lama... encarava as estradas de terra vermelha da campanha missioneira com valentia e sem pedir arrego. Era um golzinho bola, robusto e sem frescura. Já o flecha é meio metidinho mesmo, gosta de ficar engomadinho, deve até achar que quando crescer vai virar um vectra ou um calibra...

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Hoje o dia foi ao som de Engenheiros. "10.000 destinos" é um ótimo disco, apesar de ser um pouco lugar-comum para quem já gosta da banda. Meu disco favorito deles é "Filmes de Guerra, Canções de Amor", um semi-acústico muito legal, com certeza está entre meus top ten melhores discos. Recomendo com força!

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Uma pessoa ganhou 746 pontos comigo hoje, sem nem querer. Tô pra xonar... ai ai

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RAFA @ 15:21 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, outubro 13

Mis queridos paisanos, hoje tive um dia de cão, cheguei no MD às 8:30 da matina, e só saí às 19:30. Quer dizer, saí por uma horinha para almoçar no Amor à Natureza e responder à chamada em LDeprê, mas foi só.

Tô quase virando os zoinho de cansado, principalmente depois de uma chuveirada quente... e ainda tenho que terminar um trabalhinho para enviar até a meia noite! Aaaaaa...

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Para aqueles que pegaram esse post antes da edição, eu não capotei de sono depois de ter feito os trabalhos, mas tô quase. A única coisa que me segura acordado é a raiva de L-deprê... ô materiazinha mais inútil! Pior, a professora é tão estrita com essa coisa de cumprir tarefas que até parece quarta série! É o fim da picada fazer essa matéria sendo ela a única que te falta para formar. Uzê, quite simply. Os quatro créditos mais feladaputas de toda a minha graduação, sem a menor dúvida.

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Vamos a coisas boas. A trilha sonora desta madrugada é Café Tacuba, banda mexicana bem legal. O CD novo deles, "Cuatro Caminos" é meio experimental e de difícil digestão, acho até que esse disco está para o México assim como o "13" do Blur está para a Inglaterra. Exemplo disso é a faixa-mestra Eo (El Sonidero). Confesso que não gostei muito quando ouvi a primeira vez, mas hoje me diverti pacas com ela no trânsito indo para a UnB. Ainda estou digerindo, portanto.

Pra quem quer conhecer a banda, baixe La locomotora, disparada minha música favorita deles. Lembro dela toda vez que me deparo com alguma situação que exija de mim um pouco mais de iniciativa e vontade. Uns versinhos inspiradores, tipo:

Porque, ¿quién comanda y jala este vagón?
¿quién conduce el gran locomotor?
porque, ¿quién comanda y jala este barco?
¿quién escribe de la evolución?

Sendo bem honesto, não gosto muito da voz anasalada do vocalista, mas a produção da banda com certeza compensa. E no mundo hispano, ele definitivamente não é o cara com a voz mais chatinha (alguém lembrou da Shakira? Pau a pau com a menina do Oreja de van Gogh, hein!?)

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Estou fazendo um curso da Escola Superior de Guerra todas as manhãs desde quinta lá no MD, sobre pensamento estratégico e gerenciamento de recursos em defesa. Reza a lenda que serve como pós-lato, mas hoje acho que descobri que isso é lenda mesmo.

Hoje tivemos palestra com o Aldo Rebelo, falou bem - mas what the hell, o cara é deputado, o mínimo que ele poderia ter feito é ter falado bem. Aliás, sempre quis saber como São Paulo elege um cara com sotaque nordestino tão forte. Ter minorias atuantes dá nisso...

Os caras da ESG são verdadeiramente dinossáuricos... tem até que avisar pra um deles que a Guerra Fria já acabou, os ianques ganharam, e agora nós não estamos mais baixando a cabeça pra eles (ou pelo menos não naquela facilidade de antes...). Mesmo assim, tenho a impressão que lá no fundo há uma espécie de conhecimento beyond time nesses caras, I mean, algo mais permanente, acima de qualquer debate no estado-da-arte.

Quer saber? Estou pagando para ver. Tomara que seja bom.


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RAFA @ 18:46 tic-tac-tic-tac

domingo, outubro 12

Noite regada a God put a smile upon your face do Coldplay. Sem dúvida é "a banda" hoje, se é que podemos dizer isso de alguma banda. Gostei muito da campanha do Fair Trade que eles fizeram na última rodada da OMC em Cancún, mostra que são engajados - além de ter sido muito oportuno para nós brazucas, né cara-pálida?

A faixa Clocks também é fenomenal. Baixem no kazaa, antes que eles gostem da idéia de downloads pagos do iTunes...

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Uma reflexão séria: não acho direitos autorais algo tão sagrado assim. Conhecimento é um bem não muito quantificável, mensurável, e muitas vezes impossível de ser materializado. Por isso mesmo é impossível impedir a cópia de idéias em um patamar absoluto. Aliás, diria que há até um interesse difuso na humanidade em propagar o conhecimento ao máximo possível. É o tipo de coisa que só traz desenvolvimento e better standards of life for everyone.

Confesso que nunca li nem pensei muito sobre isso, mas me interesso bastante. Será objeto de minha atenção num futuro próximo, com certeza...

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Discussão séria sobre meu neologismo "unheira". Nem sei mesmo se é neologismo, não conferi no dicionário se a palavra já existe. O fato é que é bem mais fácil dizer "unheira" do que "manicure/pedicure". Até porque esses profissionais, valorosos que são, não cuidam exatamente dos pés e das mãos como algo principal. Consultando minha assessora para assuntos femininos (minha mãe, é claro), cheguei à informação de que realmente quem vai a um manicure/pedicure cuida mais das unhas do que propriamente do resto do pé. Segundo as fontes estatísticas, algo como 90% do tempo é dedicado às unhas, e 10% - quando muito - a todo o resto da mão ou pé. Ora, para mim está configurado o caráter acessório desta função, o que justificaria uma mudança na nomenclatura do ofício. Caso encerrado (ao menos pra mim).

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RAFA @ 20:46 tic-tac-tic-tac

Govinda jaya jaya, gopala jaya jaya
Radha-ramana hari, govinda jaya jaya
Govinda ram janakhada
Nrsingadeva jaya nrsingadeva
Gaura Gaura Gaura Hari
Prabhupada, Govindam

Govinda - canção tradicional indiana

Pois é... tô numa mania indiana daquelas. Umas semanas atrás tava procurando um livro na biblioteca da Câmara (aquela mesma que pegou fogo semana passada) e dei de cara com um livro de fotografias sobre a Índia. Já tinha tido um breve contato lá em Londres, principalmente com a comida - algo sem igual mesmo - e com meu roomate, o Ayub, de hábitos alimentares nada bonitos, mas nunca tinha lido muito a respeito. Todas aquelas cores das fotografias, as roupas das mulheres, a luz do sol sobre os minaretes... não deu outra, fiquei com aquele troço na cabeça todo o resto do dia, e ao chegar em casa fui ler uma porrada de coisas na internet. Nessa onda acabei baixando essa música aí, na versão anos 90 de uma banda inglesa mega-boa, o Kula Shaker, e desde este dia tenho pego uns livros e muitas coisas na internet, principalmente sobre religião - Hinduísmo, Jainismo, Sikhismo - costumes e outros assuntos ditos "espirituais". Just amazing!

Das três, o Hinduísmo é a mais interessante, devido à complexidade das coisas. Digamos que o nome oficial da religião seja "a regra eterna" (Sanatana-Dharma, numa tradução mais que tosca do sânscrito), ou seja, o hinduísmo é em si o dogma sobre tudo o que existe, e mais um pouquinho se der. Aliás, muito legal o papel do sânscrito nessa coisa toda: é uma língua semi-morta em termos de uso comum, mas a religião a considera como língua superior, o que a faz ser bastante difundida. FYI, o sânscrito é a base para pelo menos umas 300 línguas no subcontinente indiano...

O jainismo é interessante pelo ascetismo (desprendimento da matéria, coisa e tal) e pelos costumes, e o sikhismo... bem, o sikhismo é quase a religião ideal, explicando toscamente é uma mistura do hinduísmo com o islamismo, pegando o melhor dos dois mundos. Mas ao que parece eles não toleram esse tipo de comparação, para eles é uma verdade inteiramente nova, acima de qualquer comparação com outras religiões. Tá bom, já que insistem... quem sou eu para discordar?

A canção que eu postei acima é quase uma oração. Govinda é um dos muitos nomes de Krishna, que por sua vez é uma das nove encarnações de Vishnu, um dos três principais deuses do Hinduísmo. No sânscrito o radical gov- ou go- quer dizer "vaca" (alguém aí não sabe que as vacas são sagradas por lá?) e -inda é aquele que as possui. Já -pala quer dizer "protetor"... ou seja, no final é como se os seres humanos fossem todos vaquinhas no rebanho de Krishna. Engraçado porque a analogia que se faz nas grandes religiões monoteístas do Oriente Médio (judaísmo, cristianismo, islamismo) é com um rebanho de ovelhas... bem, é tudo livestock no fim das contas. Nietzsche ia adorar escrever sobre isso (só pra constar, recomendo a parte que ele fala da "moral dos fracos" em Genealogia da Moral).

Acabando a aulinha de sânscrito (como se fosse algo mega-útil, não?), "jaya" é o equivalente a "ave" ou "glória". Radha era a esposa de Krishna, mas uma das histórias que li diz que Krishna era um ser superior por ser homem e mulher ao mesmo tempo (é o sentido da palavra Radha-ramana, algo do tipo "mulher-homem"). Ou seja: Krishna já era um cara "entendido" nos babados, uma mente mais aberta, sabe como é... já Nrsingadeva é uma encarnação de um Deus (deva) hindu, uma espécie de monstro-soldado a serviço dos deuses encarnados quando estes estão em perigo. A palavra é a junção dos radicais Nr- (homem), -sing- (leão) e deva. Um homem com cabeça e patas de leão. Conclusão: os antigos indianos também viam seriados japoneses. Agora só falta eu achar a palavra em sânscrito para "robô gigante"...

Fica só a dica para baixar Govinda do Kula Shaker nos MP3s da vida. Muito bacana mesmo. Comida indiana também é mor barato, mas ao que eu saiba não tem restaurante indiano aqui em bsb. Experimentem "samosas" que é um tipo de mini-esfiha recheada com legumes (bem temperado, como qualquer coisa indiana) e carneiro assado com ervas. Frango com curry é ótimo também, gostoso, fácil de fazer e bem legal de servir quando a turma resolve invadir sua casa por qualquer motivo. Foda mesmo é achar o pão "naan"... juro que quando achar faço um chicken curry só pra acompanhar.

No começo do ano que vem vai ter o FSM lá em Mumbai, ao que parece uma amigaça minha tá indo... estaria na pilha de ir, não fosse as milhares de coisas que tenho que ver para esse fim de ciclo universitário. O esquema é ir no navio subsidiado pelo governo brasileiro: dez dias de mar atravessando o atlântico e o índico, dez dias lá, e mais dez dias de volta. Aos aventureiros, boa sorte e estejam comigo em espírito.

Namaste!

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RAFA @ 16:37 tic-tac-tic-tac

O sol me acorda, e ainda é cedo
Eu fico logo de mau humor
A minha cabeça tá rodando
Meu Jack Daniel's acabou
(De onde vem esse tambor?)

É de manhã e eu tô numa ressaca
Eu me arrasto até o banheiro
Me sentindo enjoado
Enfio a cara no chuveiro

É nessas horas que eu digo pra mim mesmo
"Nunca mais eu vou beber"
mas vem caindo a tardinha
preparo outra caipirinha

Blues Etílicos - O sol também me levanta

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Domingão de ressaca.... aaarrgh! Vontade de ficar na cama a tarde inteira and do nothing at all. Estou no pior dos mundos entre SP e Bahia: uma "leseira" acompanhada de uma puta dor de cabeça...

Algumas cenas da noite passada ainda estão meio confusas. Não fazem o menor sentido, entende? Você começa a ter a sensação de ter perdido um pedação de um filme que você mesmo faz parte. Ë claro que não dá pra estar em todos os lugares ao mesmo tempo, mas assim também é demais.

Enfim, acho que o REL finalmente redescobriu a pólvora para fazer festas boas. O último churras na casa da Carol foi muito massa, e a festinha de ontem também. What's in common? Birita liberada. Simples assim.

Estava com falta de festas assim. Aliás, para mim a única diferença da festa de ontem para o choppeydança é que eu não toquei nenhuma música nem peguei ninguém. De resto, fiquei en pedo igual, vi cenas bizarras igual... same old story, but in a good way. Talvez ainda not quite um choppeydança (que além de ser na FA tinha a mulherada de POL, sempre um diferencial...), mas definitivamente uma festinha já digna de suas tradições.

O que pouca gente percebe é essa "função catarse" que festinhas como estas têm. Essas "cenas bizarras" que eu me referi são na verdade coisas boas, até necessárias, pra jogar um arzinho novo no nosso dia-a-dia de corredores e circular as tensões um pouco. É fantástico notar como cada uma destas situações, individuais e particulares, se transformam numa espécie de "aprendizado coletivo". O primeiro porre de uma comportadíssima colega sua, um casalzinho inusitado, brigas e reconciliações, os abraços ébrios... ver todas essas coisas te fazem sentir-se muito vivo.

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Durante muito tempo as festas do REL foram de dois tipos. As "oficiais" eram nas grandes boates da cidade. Era uma época que as pessoas que organizavam essas festinhas "oficiais" eram todas "bem-nascidas de Brasília", que lá no fundo achavam que a UnB era uma versão bem mais feia da Disney. Aqui para nós, essas boates são perfumadinhas demais para alunos de universidade pública. Baladas caras, a turma bebendo pouco (com ceva a 4 paus é meio difícil mesmo), as turminhas estranhas da cidade, fora a pirralhada (ubiquitous)... no fim, aquela sensação de ter pago muito pra pouca diversão.

O outro tipo são as festas "de república". Essas sim bem animadas, bebida à vontade, o clima mais de casa mesmo, entre os "homies" da facul. As desvantagens eram todas de ordem logística: Brasília é uma cidade que dorme cedo, o que faz de uma república um foco de tensão para qualquer vizinhança, particularmente uma de baixa burguesia das 400 - à qual eu me incluo totalmente, needless to say. Além disso, é obviamente impossível fazer uma festa para duzentas pessoas em um apê de 2-3 quartos, com apenas um banheiro disponível (very important detail to notice in a party...)

O choppeydança acabava sintetizando o melhor desses dois mundos. Espaço e estrutura logística em uma festa barata e, acima de tudo, animada. Achava até estranho que não tínhamos mais de um choppeydança por semestre. Lembro-me que nos meus primeiros semestres de UnB a gente ia muito com o pessoal da Casa dos Moço (Pablo, Pedrón, Mattioli) nas festinhas que rolavam lá nos CAs do minhocão, e olha que quase todo findi tinha uma. Um povinho meio estranho, é verdade, mas as festas eram bacaninhas. Aliás, engraçadíssimo esse threshold que é o REL e a FA como um todo: mais sofisticados que a turma do minhocão, mas não ao ponto de virar CEUB.

Chega de reflexões sobre festinhas. Daqui a pouco estou escrevendo um Theory of Int'l Partying (ou Partying among Nations, 20 Years of Partying, Party-archical Society...).

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RAFA @ 11:08 tic-tac-tic-tac

sábado, outubro 11

Pois é... agora eu tenho um blog. Mas se até o Pio tem um...
Vamos ver até quando ele dura. Acho que vai ter uma hora que eu não vou ter mais paciência e/ou tempo para escrever. Até lá, let's try to have some fun.

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Estou tendo um orgasmo gastronômico!!! Minha queridíssima mega-ultra-thunder-power mãe acabou de me trazer um alfajor Havanna. Estou comendo um blanco, de merengue... Os de chocolate (los negros) são meus favoritos, simplesmente a melhor invenção argentina, depois da Valeria Mazza, é claro. A diferença é que eu nunca comi a Valeria Mazza... thus, alfajores Havanna na cabeça. Amazing substitute for sex. Recomendo.

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Vamos para mais uma festinha do REL daqui a pouco. Normally, festinhas do REL suck. Same old people, same old story. Mas sabe como é, em dois meses eu formo, e não vai ter mais festinhas destas... quero aproveitar esse fim de graduação.
Vou nessa porque é esquema open-bar, tipo o choppeydança. Aliás, uma festa que deixa saudades nos veteranos.

Escrito ao som de El diablo de tu corazón do Fito Paez, e de Rage Against the Machine. Aliás, onde andará Zack de la Rosa? Acho que em algum training camp guerrilheiro em Chiapas, tirando pós-graduação em falar mal dos States...

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RAFA @ 18:12 tic-tac-tic-tac

Aliás, esse nome também tem outra vantagem: É altamente propenso a piadinhas cretinas!
Não consegui bolar nenhuma realmente boa (como se existissem piadinhas cretinas boas...), mas dá pra brincar com "idio" e "idiota" (dãrrr...), e "sincrasia" com "Seu Creysson" (dãrrr dãrrr!)...
Vou abrir um concurso de piadinhas cretinas com isso... que tal?

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Ouvindo Viajero e Calles do El Otro Yo. Acho legal essa coisa de ter meninas como baixistas, o backing vocal fica bem melhor com a diferença de tons. É só ouvir essas duas músicas pra saber do que eu estou falando (principalmente Calles).

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Estou com as duas unhas dos dedões do pé encravadas há mais de duas semanas. Agora, a parada ficou feia mesmo. Não dói muito, só quando bate (aí dói pra caralho...).

Ia fazer uma "micro-cirurgia" (whatever that means) agora há tarde pra resolver tudo, mas tava tão inflamado que a mulher ficou com cagaço de mexer. Falou pra eu voltar semana que vem, depois de uma semana mergulhando o pé em água quente, vinagre e sal. Para desinchar, you know... cosí!... ainda bem que ela falou que era pra desinchar, senão ia achar que era pra temperar meu pé mesmo (aí­ quem sabe uma pimentinha ia bem)... já pensou a singeleza do meu pé 44 no meio de uma saladinha?

Quem sabe não era pra dissolver meu pé? Nunca se sabe. Essas mulheres são loucas mesmo. Agüentar toda a dor de depilar com cera e fazer unha - enquanto eu tava lá esperando a "unheira" tava arrancando uns bifes de uma guria, os sons eram dignos de uma sessão de tortura da Inquisição - só pra ficarem bonitas, quando na verdade não faz a menor diferença. Quer dizer, depilação faz sim, e MUITA, diferença. Mas unha... nunca reparei em unha de mulher, nem nunca conheci nenhum cara que reparasse ou mesmo que tivesse esse fetiche (e olha que já conheci caras com fetiches MUITO estranhos...).

O tal do orgasmo múltiplo deve ser bom mesmo... there are so many disadvantages in being a woman, que isso realmente deve compensar. Mijar sentado, engravidar, ficar "cheinha" depois de tomar pílula, usar salto (esse deve ser particularmente foda), agüentar essas sessões de embelezamento/tortura, menstruar every fuckin' month (essa dá asco só de pensar), se achar uma merda por ter celulite (elas só não sabem que até a Luana Piovani tem*), preocupar-se com a força da gravidade (principalmente depois dos 30) e com estrias - isso fora toda a ladainha feminista de ganhar menos para fazer os mesmos trabalhos e não ter special breaks na carreira para cuidar dos filhos, etc e tal. Ou seja: o orgasmo múltiplo deve ser realmente BOM PARA CARALHO. Deus não daria um ponto sem nó desses.

Ah, tem a tal da intuição feminina. Pode crer, isso existe, e funciona mesmo. Posso até dar meu testemunho: minha mãe pode dizer se uma pessoa presta ou não só de olhar. Diz ela que baseada nas feições do rosto, um método quase lombrosiano (pra quem não sabe who the fuck is Cesare Lombroso and all the shit he used to say, procura no google). Minha opinião é que intuição existe mesmo, mas ainda é um dom muito limitado. Para compensar todo o resto, tinha que ser algo realmente sobrenatural - tipo prever o movimento das bolsas, os números da loteria ou o resultado do jogo do Botafogo. Essa história de prever o futuro e adivinhar o que acontece baseado em "feelings" é coisa de economista (aliás, na formatura eles devem ganhar uma bola de cristal no lugar do anel), e como mulher não tem a menor vocação para economia - a última ministra foi a Zélia, definetely not a good omen, além dos rombos nos cartões de crédito da porção masculina casada deste mundo - tá explicado por que isso nem chega perto de compensar all the shit related in being a woman.

Concluindo: não ia achar estranho se a "unheira" lá me receitasse mergulhar o pé em ácido sulfúrico. Women are crazy-ass beings. O judaí­smo explica que as mulheres choram mais porque entendem melhor o mundo. Eu acho que finalmente captei a mensagem: pra entender um mundo louco, só louco sendo.

Escrito ao som de Matmatah (Lambé an dro) e de Gato Barbieri (Merceditas, versão jazz da tradicional canção gaucha, que só me lembra de Santo Ângelo). BTW, a Gal Costa gravou uma versão dessa música para a Casa das Sete Mulheres, que ficou uma grandessíssima merda, assim como a própria minissérie. Onde já se viu o Bento Manoel ser vilão da história porque queria a mulher do Bento Gonçalves? Esse povo de dramaturgia viaja muito. Nenhuma fidelidade histórica, muito menos à cultura regional, além de que foi mal produzido pra cacete (os uniformes dos soldados pareciam fantasia de carnaval!). Como diz o Arthur, "they fill the ass in pot". Só pode.

*1: Como eu sei que a Luana Piovani tem celulite? Ah, pára com isso... até um cara como eu já teve seus momentos de glória. Digamos que a cena foi um pouquinho melhor que aquela entrada triunfal em O Homem que Copiava.

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RAFA @ 10:31 tic-tac-tic-tac

Okay okay, vamos começar. Why the hell "Raridades & Idiossincrasias"? Não sei bem ao certo. Achei um título legal when it came out. Um título quase conceitual, eu diria.

Sobre as "idiossincrasias", eu uso essa palavra sempre, mesmo soando meio intelectualóide demais pro meu gosto. However, eu normalmente a uso com um sentido um pouco diferente do léxico restrito dos dicionários. Pra mim, essa "maneira de ver, sentir, reagir" se percebe nas coisas mais pequenas, aquele tipo de detalhe inerente à sua personalidade que nem mesmo as pessoas que melhor te conhecem poderiam notar, entende? Aquelas manias tipo Amélie Poulain, como fazer pedrinhas ricochetearem no canal ou enfiar a mão num saco de tremoço (aliás, enfiar a mão num saco de qualquer cereal é fantástico!). Detalhes pequenos, mas muito importantes!

Essa é a idéia. Registrar estas pequenas raridades do dia-a-dia. Ou também as raridades que parecem grandes, mas que no final são igualmente pequenas. Isso faz parte do meu esforço de perceber a realidade ao redor com olhos mais clí­nicos, para poder enxergar a beleza dessas coisas. A manteiga derretendo no pãozinho quente, o cheiro fresco de grama molhada de chuva, essas coisas...

Enjoy the experience!

RAFA @ 09:10 tic-tac-tic-tac