: Raridades & Idiossincrasias* versão 2.0 :
quinta-feira, janeiro 29

Não tenho estado nada disciplinado para blogar, eu sei. Mas simplesmente não tem dado vontade... sei lá, os últimos dez dias não foram lá muito interessantes. Voltei, mas muito pouca coisa mudou depois de um mês aqui no planalto. Quase nada, to be honest...

Ainda no dia do meu último post, à noite, tive uma crise de falta de ar séria... estava prestes a apagar a qualquer momento. Fui parar no hospital, e fiquei internado até a quinta-feira com uma suspeita de pneumonia. Agradabilíssimo, como vocês podem calcular...

Saí do hospital direto para o tiroteio, para resolver problemas, e até agora as coisas estão funcionando. A coisa do diploma na UnB parece estar caminhando, apesar da lentidão e da conhecida cortesia que os burocratas dispensam em seus atendimentos. Comprei um celular usado no Mercado Livre para substituir o finado siemens, um tijorola T192, não é o ideal mas era o que eu podia pagar depois das férias. Aliás, nunca estive tão sem grana...

Apesar de tudo, reservei uma graninha para comprar o baixo. Eu já tinha perdido as esperanças de encontrar o washburn que eu tinha visto em dezembro ainda à venda... e não é que o cara ainda não tinha vendido? Vou me encontrar com ele hoje para plugar o pequeno e ver se vale a pena. Se fechar no valor anterior, vai ser um bom negócio.

Queria ainda comprar uma bandeira da ONU pra pendurar aqui no quarto, junto com a auriverde. Mas o Tarrisse falou que uma média tá 40 dólares no giftshop do UNHQ lá em NY, too expensive... mesmo assim vou ver se dou um jeito. Aperta dali, folga de lá, e eu não perco a oportunidade.

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RAFA @ 06:40 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, janeiro 19

Estou em casa, depois de 48 horas de carro e cacetadas. Chegamos tarde ontem, por volta da meia-noite. Foi uma viagem interessante, mesmo não tendo sido nenhuma brastemp em termos de conforto... as viagens longas por terra têm algumas coisas muito especiais, o cheiro da estrada, a imprevisibilidade dos cenários...

A primeira perna da viagem foi para visitar meus tios Vavá e Midinha, em Gravatá, a uma hora de Recife. Taí uma noite interessante. Eles são meus tios mais velhos, têm idade suficiente para ser meus avós, e me deu gosto ver como eles estão envelhecendo bem. É impressionante notar como eles conseguem tirar felicidade das coisas mais simples, como dirigir um Uno Mille como se fosse uma Ferrari. Além disso, me impressionou também como essa minha tia é parecida com a minha avó Iracema, que perdi este ano. A mesma cara, a mesma atitude, os mesmos olhos...

O ponto alto da noite foi quando, após tomarmos um vinho com queijos, abrimos uma velha lata de biscoitos onde meu tio guarda fotografias e lembranças. A maioria delas eram das décadas de 50 e 60... muito massa.

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No sertão baiano descobrimos uma cidadezinha digna de uma cena de O Senhor dos Anéis: Jacobina se situa no contraforte norte da Chapada Diamantina, encravada em um vale entre os penhascos, no melhor estilo de Rivendell. Chegamos lá ontem ao entardecer, então imaginem a cena.

Dormimos perto de lá, em Morro do Chapéu. Na estrada, vimos uns sapos enormes... sério mesmo, pareciam uns cachorros!

Teve de tudo nessa viagem, Quase ficamos sem combustível perto da balsa em Barra, cruzamos o São Francisco 4 vezes, ouvimos no rádio a felicidade dos sertanejos depois de uma chuvinha, e ainda atropelamos uma coruja por acidente. Viajar de carro pode não ser lá o ideal, mas que rende uma porção de estória, isso rende.

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Muitas coisas a fazer. E não reclamem que eu não ligo pra ninguém, todos os números que eu tinha estavam no meu finado celular. Lascado e mal-pago!

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RAFA @ 04:41 tic-tac-tic-tac

sexta-feira, janeiro 16

Esse é meu último post daqui de Recife. Pego a estrada para Gravatá agora de noite, durmo na casa da minha tia, e tomamos o rumo de Brasília amanhã cedinho. Viemos em 3 dias, e voltaremos em 2, com menos carga e revezando mais o volante com meu pai.

O balanço dessas 3 semanas aqui na manguetown é bastante positivo. É claro que a tosse atrapalhou e muito os nossos planos de balada, mas nem por isso desanimamos. Fizemos programas culturais, passeamos de barco, pegamos uma praia, enfim, tudo o que poderia ser feito por aqui para nossa faixa de consumo. By the way, finalmente o Dr. Wilson conseguiu diagnosticar a causa de toda a tosse. Tenho um refluxo gastro-esofágico, que terei que tratar com mais cuidado quando chegar em casa.

A patroa fica mais uma semana por aqui. Os pais dela chegaram hoje de manhã, almoçaram com a gente no Parraxaxá e já se bandearam pra Porto de Galinhas. Juro que, se não tivesse tanta coisa pra resolver em casa, até peruava passar essa semaninha lá. Porto tá bombando mesmo! Mas... uma guerra está me esperando assim que eu botar os pés no Planalto Central. Não vai ser moleza.

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Teve balada ontem também. Fomos ao aniversário de 7 anos do Downtown Pub, minha balada favorita aqui em Recife. Foi uma noite realmente do caralho. Tenham muito medo dos detalhes sórdidos.

Outro ponto alto da viagem foi a ida à Galeria do Ricardo Brennand, com uma coleção de 15 obras de Frans Post, e uma coleção de armas brancas e armaduras medievais de fazer inveja aos melhores museus da Europa. Realmente imperdível. Não confundam com o ateliê de Francisco Brennand, primo do Ricardo, que é famoso mundialmente pelas esculturas com motivos, digamos assim, sensuais, com glandes e bundas para tudo quanto é lado.

O passeio de barco foi sem comentários. depois de ver os peixes no arrecife do pocinho, fomos para a Coroa do Avião, passamos pelo manguezal ao lado do Gavôa e navegamos pelo litoral norte de Pernambuco com um velho marujo, o Romildo. Um sujeito bastante interessante.

Bem pessoal, vou ficando por aqui. Se o plano der certo, estarei de volta à capital federal no domingo à noite. Da terra dos altos coqueiros e de verdes mares bravios, é só. Adeus férias!

Cheers!

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RAFA @ 10:59 tic-tac-tic-tac

sábado, janeiro 3

2004 será o meu ano. Isso está decidido. Sem planos, sem metas, sem absolutamente nada fixo. Cheguei à conclusão que felicidade não é necessariamente ligada à consecução de planos e metas.

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Recife está sendo simplesmente do caralho. Pra ficar perfeito falta muito pouco, coisas como comer jambo. Até os problemas estão sendo legais. O Arthur tá passando por uma fase meio trash, mas a gente dá jeito.

Hoje haverá o almoço das rodrigonas, antes da minha mãe voltar pra Brasília. Eu fico aqui até dia 16, se os perrengues da UnB deixarem. Para amanhã meus pais combinaram um almoço com os amigos de longa data: Geraldo & Zaina Pereira, mais Dr. Wilson e Dona Rosário. Com a partida da minha mãe e do meu irmão Felipe na terça, a população da casa vai declinar.

Já fiz muita coisa por aqui com a Talita. Fomos ao Recife Antigo, comemos no Laça-Burger, passeamos em Casa Forte, em Boa Viagem e no Alto da Sé em Olinda, vimos bugigangas na Casa da Cultura (uma antiga prisão, que transformaram em shopping de souvenires da terra) e dançamos maracatu no meio da rua no centro histórico de Olinda... enfim, um tour de barba, cabelo e bigode. Estar com o carro liberado é outra coisa...

Passamos o reveillon na praia, vendo os fogos de Piedade e de Boa Viagem, como meus tios e com minha prima Bila. Os planos de festa não deram muito certo, mas whatever, no outro dia já estava tudo bem, tanto que resolvemos tentar coisas novas. Férias como não tinha em muito tempo.

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Uma das coisas mais legais daqui é a comida. Frutos do mar fresquinhos, e frutas que só tem por aqui mesmo. Fora a água de coco, isotônico natural, que a gente tira do coqueiro da casa de praia. Comemos uma tapioca com queijo de coalho frito lá em Olinda que foi o seguinte... o camarão na beira da praia, a cioba frita no ponto, agulhinhas de entrada... cara, isso é que é vida.

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Ontem vimos o último filme da trilogia O Senhor dos Anéis. As quase 3 horas de duração o fazem bastante cansativo, mas mesmo assim gostei muito, principalmente das cenas de batalha. É claro que alguns efeitos não ficaram lá uma brastemp, e algumas cenas ficaram meio hollywoodianas demais, mas ainda sim acho que deu pra passar todo o espírito épico que a obra merece.

Transpor Tolkien para o cinema é missão quase impossível. Não conheço escritor tão detalhista em descrever os cenários e as cenas. Como qualquer moleque que gostava de AD&D e fantasia medieval, comecei a ler The Fellowship of the Ring aos doze e só acabei o Retorno do Rei aos 14, já com uma versão traduzida. Leitura difícil e truncada, principalmente porque eu gostava de fazer anotações. Enfim, acho que foi o meu primeiro "livrão".

Fã que sou, não pude deixar de notar a falta de algumas cenas no final, principalmente do Condado. Mas sendo Tolkien um cara nada cinematogáfico, a gente entende. Meu veredito é: para o escritor que é, podia ter sido pior e sim, o resultado foi massa, melhor do que a outra trilogia do zeitgeist de nosso tempo, Matrix.

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Outro dia estava pensando como seria minha casa de praia perfeita. Ela seria aqui mesmo em Pernambuco, próxima ao Recife, em um lugar de águas calmas e com uma elevação ao longo da costa, onde construiria a casa. Ela teria estátuas de leões à porta, como sinal dos Rodrigues, e teria azulejos por todas as partes, além de um torreão em cima para ventilar. Teria também uma marina para atracar os barcos, e... uma porrada de coisas que eu não lembro agora!

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Trilha sonora: Chico Science, Livros de Caetano Veloso, Operation Spirit do Live, Korn e Rage Against the Machine. Fora, é claro as milhares de porcarias e músicas brega que a Talita bota no rádio do carro.

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Mais notícias em breve. O tempo de internet aqui é contado, meus caros!

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RAFA @ 08:19 tic-tac-tic-tac