: Raridades & Idiossincrasias* versão 2.0 :
domingo, novembro 30

Hoje de manhã - mais precisamente às 6 e meia, com o dia clareando após ter virado a noite - acabei o trabalho final de Ética. Foi um dos artigos mais difíceis que já escrevi em toda a minha vida, mas também um dos mais gratificantes. O título é "Uma concepção de Direito Internacional: John Rawls e o Direito dos Povos", sobre a última obra do professor de filosofia política e ídolo, morto no ano passado, John Rawls.

Lembram que eu falei que virei idealista depois de velho? Pois é. O Rawls foi talvez o cara que mais inspirou essa mudança de valores na minha cabeça. Mais do que só discorrer sobre os princípios gerais do Direito Internacional, ele nos dá um norte a seguir, um caminho, um ideal. Esse livro, The Law of Peoples & the Idea of Public Reason Revisited, é a transposição para o panorama internacional da reflexão que ele faz em Uma Teoria da Justiça, sua obra máxima, de 1971. Um livro fininho e - devo dizer - incompleto, pois os derrames sofridos pelo autor em 95 prejudicaram bastante o seu desenvolvimento até sua publicação em 99, com a ajuda de colaboradores. Ainda sim, vale muito a pena ser lido. O recomendo a toda pessoa que se interesse por relações internacionais.

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Agora uma historinha. Parte deste artigo é baseada na contestação - total e absoluta, diga-se de passagem - de uma resenha publicada na Primeira Leitura do mês passado sobre o livro, de autoria de um diplomata recém-formado, mestre em Direito pela UnB, Kássius Pontes. Na resenha ele desce o cacete no Rawls, o que vai de encontro às minhas convicções, como vocês sabem. O que eu não contava é que meu professor - que dará nota ao artigo - é amigo deste cara, e já falou vai mostrá-lo a ele. O monitor já leu e disse que concorda mais comigo. Tenho a impressão que esse debate ainda vai render bem mais que só um artigo.

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Depois de dormir a manhã inteira, fui com meus pais a um churrasco no clube com a turma de Santo Ângelo. Comi tanto, mas tanto, que deu até tristeza. E ainda teve um cordeiro no espeto, do jeito que eu gosto... hmmmm

Nào deu outra. O esforço pra digerir deve ter sido tão grande, que bateu o sono e fui dormir de novo. Depois de tanto trabalho, era o domingão que eu precisava.

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Tô quase acabando o guia do Sigma, e depois, guess what? Isso mesmo, sair com a própria...

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RAFA @ 12:46 tic-tac-tic-tac

sábado, novembro 29

Alguém aí já viu ketchup de goiaba? Eu vi ontem. E não é que o troço é bom mesmo?

Living & learning...

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Estava escrevendo um post enorme, sobre a minha predileção por estudar a guerra e a violência, mas faltou luz aqui em casa e eu perdi tudo.

É um sinal dos deuses. Tenho que me concentrar e acabar esses trabalhos de uma vez. Nada de blogar, ou qualquer outro tipo de lazer, até que tudo isso esteja acabado. Segunda-feira eu serei um novo homem, bem menos ocupado.

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RAFA @ 08:17 tic-tac-tic-tac

Ontem. Tensão. Trabalho. Mente cansada.
Você. Lago. Grama. Beijos. Calma.
Depois. Mate e tabaco. Brisa da noite. Canela e café.
Você é a canela do meu café.

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RAFA @ 07:58 tic-tac-tic-tac

sexta-feira, novembro 28

Esquerda & Direita, direitos e deveres
os três porquinhos, os três poderes
ascensão e queda, são dois lados da mesma moeda...

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Estou sem assunto, acho... é meu último dia aqui no MD, pelo menos teoricamente. Mas vou engavetar tudo, pq tenho que acabar o trabalho final de ética até de noite. I´m totally screwed.

Depois disso, saio com a Tá. É, com a própria. Algum problema?

Se tiver assunto mais tarde eu edito esse post.

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RAFA @ 08:31 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, novembro 27

Estou decidindo se vou participar do amigo-secreto do staff do AMUN. Estou tão curto de grana que estou ficando cheap pra tudo. Também tem aquela estória: ano passado, por mais que tivesse fortes restrições a algumas pessoas, não era nada que me impedia de estar no mesmo recinto sem me sentir incomodado. Já esse ano...

Já que ultimamente eu virei uma máquina tomadora de chimarrão, uma boa sugestão de presente baratinho é me dar qualquer coisa relacionada. Queria mesmo era um daqueles suportes de madeira, pra garrafa térmica e chimarrão. Assim posso carregar tudo com uma mão só.

Só de curiosidade, abaixo vai um e-mail que eu mandei pra lista do AMUN, dia 4 de dezembro do ano passado. As pessoas que estavam participando do amigo-secreto tinham que enviar uma listinha dizendo opções para o presente. Eu, pra variar, acho que me empolguei um pouquinho com a brincadeira. By the way, foi o Renato quem me tirou, e me deu um CD do Travis, "The Invisible Band". Coincidência, tinha até citado o e-mail dele pra lista.

E aí tchurma!

Aqui vai uma listinha com idéias de um presente de amigo-secreto para mim. Eu ia pedir uns pacotes de erva-mate Chimango moída grossa já que a minha está acabando, mas ia ser erva pra chuchu, e além disso eu estou indo pra Porto Alegre depois do MONU... acho que vai dar pra reabastecer por lá.

Não precisa ser necessariamente nada desta lista, são só idéias... para quem quer que tenha me tirado, faço minhas as palavras do Renato: "surpreenda-me!"

Bem, lá vai:

1 - Chocolate. Eu AMO chocolate... uma caixa de alfajores Havanna (los negros, de chocolate) também resolve meus problemas (por dois dias no máximo...).

2 - CDs. Pode ser qualquer um mais novo do Oasis, tipo o "Standing on the Shoulders of Giants", "Familiar to Millions" ou o "Heathen Chemistry". Aliás, agora que eu fui ver, o "Familiar to Millions" é uma ótima idéia! mas pode ser tbem o "Man Who" ou o "Invisible Band" do Travis, "Modern Classics" do Paul Weller, ou algo do Weezer ou do Placebo. Eu sou bem eclético, então tem muito espaço para surpresas aqui!

3 - Livros. Não sei se já saiu o livro do Grócio, "Direito da Guerra e da Paz" nessa coleção nova do IPRI... se saiu, seria uma ótima pedida. Mas pode ser também o "Paz e Guerra entre as Nações" do Raymond Aron, meu livro preferido em REL, já que a minha xerox já tá pedindo arrego. (Engraçado isso né, meu livro preferido, e eu nunca comprei... eu sou é muito murrinha mesmo!). Mas também pode ser desses livros de expedições e viagens, tipo do Amyr Klink... eu adoro!

4 - Camisas. Gosto dessas de manga curta, de botão, pra usar no dia-a-dia. Tipo dessas que eu sempre estou na facul. Segundo info da minha mãe (nada confiável, portanto), na Mormaii tem uma legais nesse preço, mas pode ser qq uma, eu não me importo MESMO com marcas.

5 - Boina. Alguém lembra de uma boina kangol cinza e preta que eu costumava usar um tempão atrás? Pois é, eu a perdi... Tô até sentindo falta de usar boina! Alguma cor escura, please...

6 - Uma camisa oficial do glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Camisa de time é sempre mais caro do que a cota do presente, mas a do meu Botafogo deve estar baratinha ultimamente... Gosto do Grêmio também, mas essa com certeza está mais cara. Esperem a volta da estrela solitária...Raça alvinegra!

O que não dar DE JEITO NENHUM:

1- Agenda. Raramente uso, e eu já tenho uma 2003.
2- Coisas de casa, de decoração. Eu não páro em casa.
3- CDs de pagode ou de sertanejo. Acertar numa escolha dessas não é impossível, mas é quase.
4- Livros do Paulo Coelho ou de auto-ajuda. Meu caso é irremediável, nem adianta...
5- Nada relacionado a tabacaria.... estou tentando parar de fumar faz um tempão!
6- Coisas chamativas (amarelo fosforecente...) ou de mau gosto, tipo camisas do Flamengo, do Vasco, do Corinthians ou do São Paulo. Que nojo!

Bem, é isso. Legal fazer essas listinhas, né?

Beijos e abraços a todos,
RAFA


Vejam o quão visionário eu fui: previ que o Fogão voltaria à primeirona!

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RAFA @ 05:10 tic-tac-tic-tac

quarta-feira, novembro 26

Hoje eu acordei mais cedo, tomei sozinho o chimarrão
Procurei a noite na memória... procurei em vão
Hoje eu acordei mais leve (nem li o jornal)
Tudo deve estar suspenso... nada deve pesar
Já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver
Tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer
Hoje eu acordei livre: não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda

Ainda era noite, esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água sem deixar ferver
Hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro
Até que a chama se acenda
Verde... quente... erva... ventre... dentro... entranhas
Mate amargo noite adentro estrada estranha

Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza
... ilex paraguariensis...

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RAFA @ 06:17 tic-tac-tic-tac

terça-feira, novembro 25

Às vezes as coisas que passam pela nossa vida - sejam elas boas ou ruins - acontecem em uma velocidade tão grande que a gente aprende a reagir de uma forma esquisita, quase negativista. As ruins, a gente aprende a resistir estoicamente, keep a stiff upper lip, porque não há outra opção. As boas, a gente acaba não acreditando, acha que a vida só tá dando o doce pra ironicamente - e porque não dizer, com uma dose generosa de sarcasmo - tirar logo depois.

Pois isso rola comigo, ou pelo menos rolava. Já foi tanta porrada tomada que acabava não curtindo os momentos bons como deveria, me preparando para o golpe que vem a seguir. Mas agora acho que decidi correr o risco e encarar a montanha-russa. I feel strong and renewed.

É isso, pessoas... hoje estou oficialmente deixando o clube dos solteiros. Sem expectativas ou grandes planos... apenas digo que estou me sentindo muito bem com a idéia. Vamo vê que bicho vai sair disso.

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RAFA @ 12:19 tic-tac-tic-tac

Pra completar o post de ontem à noite, o meu Top 5 Engenheiros. Ou as melhores até hoje... ou pelo menos as 5 músicas que me vêm à cabeça agora. Me dei conta esses dias que não consigo ser tão sistemático... esses meus esquemas "top alguma coisa" devem ser mor furada. Mas vamo lá:

5 - A Revolta dos Dândis 1
4 - Concreto e Asfalto
3 - Quartos de Hotel
2 - Infinita Highway
1 - Ando só (do "Filmes de Guerra...")

Agora estou com Ilex paraguaiensis na cabeça.

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RAFA @ 03:49 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, novembro 24

Isso sim é rock brasileiro de primeira qualidade!



Deixa qualquer "Cosmotron" no chinelo. Não me interpretem mal, gostei do último do Skank também, mas esse do Engenheiros tá realmente sem noção de foda. Estou ouvindo desde ontem, e estou de cara até agora.

O link pra página do Engenheiros é o pôster aí em cima (heheh... agora eu sei botar links em figuras também...). Muito legal a resenha do disco escrita pelo Edgar da MTV, uma das mais acuradas que já li. Bacana também é a parte "Equipamentos", com tudo o que os caras já usaram nesses três séculos e meio de estrada, desde a época do trio Gessinger, Licks & Maltz até hoje.

Pouca gente sabe, mas o Humberto Gessinger é certamente a minha maior influência em música. Claro que é muito foda falar "da maior", mas acho que tenho argumentos suficientes pra acreditar nisso. Comecei a tocar baixo depois de ver um show dele no programa do Serginho Groisman... hehehheh... quer dizer, acho que foi isso mesmo, já faz mor data... eu devia ter uns 16 pra 17 anos. Mas ouço Engenheiros regularmente desde 92 - acho que muito antes até do próprio todo-poderoso Grande Arquiteto vislumbrar a possibilidade de um dia nós morarmos no RS. Meu vizinho de porta lá em Recife, o Alexandre, era fã xiita. Ele era mais velho, devia ter uns 17 e eu uns 12, mas tínhamos boas conversas.

Teve um ano que fui a 3 shows dos Engenheiros, com exatos 6 meses de espaço - 20 de janeiro de 2000, de férias, na Fun House em Recife; depois no dia 20 de julho no Canecão, no Rio, e dia 20 de janeiro de 2001, no Rock in Rio. E muitos outros, inclusive na ExpoTchê aqui em Brasília. É com certeza a banda que mais vi ao vivo, e a única que já perdi a conta de quantos shows já fui - e olha que isso é foda de dizer. Além disso, acho que combina comigo - é uma arte engajada, mas sem a paranóia que normalmente vem associada. Despreocupado como o bom rock dos anos 90, mas ainda sim antenado à realidade brasileira. Afinal de contas, ser um Oasis abaixo dos trópicos é irresponsabilidade demais...

Mas chega de rasgar seda por hoje. Baixem aí Dom Quixote, leiam o release do Edgar no site, e comprem o disco se possível. Aliás, aproveitem e comprem a latinha com a coletânea completa pra me dar de Natal. Será o melhor presente que alguém já terá me dado, tirando a bicicleta que eu ganhei quando eu tinha 7 anos, é claro.

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Atendendo a um pedido da Pretinha, estou fazendo uma coletânea com coisas de jazz, ambient, lounge e afins. Agora mesmo tô baixando mais umas do Medeski, Martin & Wood. Não chega a ser um Gessinger, Licks & Maltz (hahahah... haja seda!), mas pra um chill-out é daóra. Antes que perguntem, sim, é claro que vou incluir todas as coisas que eu tenho ouvido recentemente, e que não preciso nem repetir agora, porque tô falando disso o dia inteiro, e blablabla. Basta dar uma olhadinha nos meus últimos posts aqui.

Blablabla com copyrights para a professorinha do Charlie Brown - o desenho, não aquela bandinha vendida.

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Comigo não tem informação inverídica, só mais dramática. Eu aumento, mas não invento!

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RAFA @ 17:03 tic-tac-tic-tac

domingo, novembro 23

Meu domingão está sendo movimentado. Tenho que fechar 3 papers esta semana, então estou correndo com tudo. Mas agora há pouco, finzinho da tarde, tirei um momento de auto-indulgência para tomar um chima no parque - em ótima companhia, diga-se de passagem...

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Esse post então vai ter que ser bem breve. Por supuesto, não por isso menos importante... no meu winamp hoje só deu Engenheiros, Gato Barbieri e Zimbo Trio. Um reflexo do meu estado de humor, acho.

Passei o dia com notas de baixo na cabeça. Já faz mais de quatro anos que não toco, então estou numa secura danada de voltar. Acho que vou pedir um para o Papai Noel... quem sabe ele não é um cara bem generoso e me dá um Zeta Crossover, o meu "baixo dos sonhos". Que nada... tô me contentando com um Yamaha ou Steinberger mesmo. Podia ser um Tobias, mas aí já é pedir demais. De repente rola até um acústico, tipo violão, pra tocar nos luaus da vida... mas, qualquer que seja, tem que ser preto, 4 cordas, e de escala curta.

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Baixando músicas do Grande Encontro (Elba, Alceu, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo). Pelas ruas que andei fala sobre uma das coisas mais legais de Recife: os nomes das ruas nos bairros mais antigos. Em vez de "rua fulano de tal", são nomes de coisas boas, tipo Rua do Sol, da Aurora, da Boa Hora, das Ninfas...Coração bobo e Dia branco são faixas intensas, como a alma pernambucana. Recomendo as três. Pode baixar aí sem medo se ser feliz.

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Tive uma excelente noite ontem, a segunda in a row que viro o dia na rua. E tanto melhor porque o Fogão voltou para a primeirona. Uma pena que não deu pro Leão da ilha, mas de fato eles não jogaram bem na fase final. Melhor que voltar à elite só é saber que foi uma conquista dentro de campo, sem o tapetão tão típico dos outros times do Rio. Saudações alvinegras a todos!

O Glorioso



Em qualquer divisão, és eterna paixão.

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RAFA @ 16:20 tic-tac-tic-tac

sábado, novembro 22

Um aperitivo pra galera: Ensaios da Trip.

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A festa acabou que foi legalzinha... pouca gente, chuviscando, bandas tocando, chopinho liberado... um alívio para o daemon dionisíaco que já tava me enchendo o saco. Enfim, uma noite "suave e intensa"... heheheheheheh

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Dica do dia: Hit me, do Molotov. Não é à toa que o segundo título dessa música é Gimme tha power 2. Another rebel song, com a mesmo punch de outros clássicos como Voto Latino, Parasito e El carnal de las estrellas. Escutem, peguem a letra, e tirem suas próprias conclusões.

Pobre México... tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos da América.

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O Rappa tá com disco novo, "O silêncio que precede o esporro". Com um título desse, não tem como não ficar curioso pra ver de qual é. Pedrón, se estiver lendo isso aqui, essa é procê.

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RAFA @ 06:28 tic-tac-tic-tac

sexta-feira, novembro 21

Acabei de ter minha última aula "substantiva" de Ética. Provavelmente, essa terá sido a última aula interessante de toda a minha graduação. A day to remember, portanto.

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Aliás, o tema de hoje à noite não poderia ter sido melhor para uma "última aula": a ética pós-moderna de Zygmunt Bauman. Nem conhecia esse cara, mas as idéias que discutimos hoje na aula têm um significado todo especial para mim, digo no plano pessoal mesmo.

Considero como um dos grandes gargalos da minha vida o fato ter sido confrontado com esse modo de vida utilitarista, tão comum às pessoas do meio em que vivo hoje, aqui em Brasília. Nunca consegui aceitar de bom grado que haviam pessoas que consideravam que a amizade - ou mesmo outros sentimentos - era a manifestação de uma estrutura de prioridades racionalmente construída (ou pelo menos pretensamente assim, ou assim justificada... whatever). Na verdade, esse "não aceitar de bom grado" é um puta eufemismo. A minha incapacidade de lidar com esse tipo de coisa foi a causa última da pior deprê da minha vida, pode ter certeza.

Ainda não consegui estabelecer com precisão um princípio que transponha essa tal "utilidade racional" nas relações humanas, mas já consigo negá-la com bastante facilidade, "popperianamente". Enfim, já não é mais nenhum problema para mim, pessoalmente falando - apesar de ainda restar nisso uma contradição filosófica que não consegui resolver, sobre a assimetria na inclusão de pessoas no meu círculo de amizades, e o que as faz transpor o limite da indiferença.

De qualquer forma, a ética do Bauman é uma boa saída para o utilitarismo racional puro... é bem otimista pelo menos. Se gostarem de filosofia, é uma ótima pedida.

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Bem, acabei de falar com a nariguda no celular, e ao que parece eu vou mesmo para a tal da festinha do REL do CEUB. Fazer o que, né? Tudo pelo social. Só aviso de antemão que vou aloprar se uma pessoa for lá encher meu saco. I do have limits...

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RAFA @ 17:58 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, novembro 20

Só pra avisar: meu celular ressucitou ontem. Estou achável de novo.

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Meus irmãos passaram a manhã inteira em casa sozinhos com os cachorros. Conclusão: a casa está um chiqueiro. Não sei como eles conseguem viver nisso. Tudo aqui está impraticável, a sala, os quartos, o banheiro... na verdade ia almoçar, mas no estado em que eles deixaram a cozinha vou mesmo é comer fora. O pior é que, do jeito que minha mãe tem chegado em casa, ela nem vai dar chilique. Too tired for that. Sabe aquele filme, Os Excêntricos Tenenbaums? Pois é.

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RAFA @ 07:21 tic-tac-tic-tac

quarta-feira, novembro 19

Na vida há dias bons e ruins. Essa noite, por exemplo, não está sendo das melhores. Parece que todos os fantasmas saíram das tocas ao mesmo tempo. Mas... mesmo que aos trancos e barrancos, a gente vai segurando a onda. E tirando onda com a própria cara, eventualmente.

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A noite está perfeita para uma garrafa de Jack Daniel's, um pack de Camel e um bom Stevie Ray Vaughan no som. Agora mesmo estou com a Danni Leigh aqui: "If the jukebox took teardrops and the whisky was free, and that ol'car in the parking lot drove home automatically..."

Cada qual tem seu ópio pra aturar o mundo. Pra uns é a religião, pra outros os livros, há quem goste de sair na rua dando pro primeiro que aparece, ou comendo a primeira, tanto faz. Ei, não me venha você dizer que não tem nenhum ópio na sua vida. Absolutamente todo mundo tem um. E porque? Porque somos humanos e precisamos viver, não sobreviver só por sobreviver.

O meu ópio é a música. Ou melhor, é bem mais que só ópio... é a minha quintessência, aonde tudo acaba no fim do dia. O que seria de mim agora sem o Marcelo D2 dizendo que "tira é onda e tá de pé" ou a Dido dizendo que "wants to be a hunter again"?

Realidade 24h por dia é uma merda - aliás, nada neste mundo cansa mais do que a realidade. Tem hora que ninguém agüenta mais tomar decisões ou fazer planos pro futuro, e que não dá pra continuar fingindo que tá tudo bem. Você quer mesmo é ser transportado para outro lugar, em outra dimensão ou tempo - fora da realidade, mesmo que ainda dentro do mundo.

Digo que essa é justamente a hora de render-se aos impulsos dionisíacos e buscar seu ópio pessoal. Curiosamente, é ele que vai te fazer alcançar o seu apolíneo mais alto e achar o fundamento dessa merda toda. Esse jogo de opostos é a essência da dialética, e é o que nos move no fim das contas. O prazer, a dor e o alívio, repetindo-se sem parar. Abstrato, né? Trust me, faz bem mais sentido depois de umas duas cervejas...

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Além das músicas já citadas anteriormente, essa noite está passando ao som de Perfeição e Maurício da Legião Urbana, Música para ouvir do Arnaldo Antunes e Ando só e Alucinação dos Engenheiros do Hawaii. Essas duas últimas inclusive foram ópios eficientíssimos pra me tirar da realidade hoje, e inspiraram esses pensamentos desconexos que eu postei aí em cima.

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RAFA @ 16:55 tic-tac-tic-tac

terça-feira, novembro 18

Um dia quase sem estresse. O pouco que eu ainda estava descarreguei ouvindo Reggae na estrada da Tribo de Jah. Tô precisando de mais dias assim, definitivamente.

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Um blog que eu visito sempre é esse aqui, Life in the Freezer. Basicamente, é uma guria americana que está passando uma temporada de pesquisa no... Pólo Sul! Isso mesmo, lá onde Judas morreu congelado. Já pensou que insólito é escrever um blog vivendo num lugar desses?

Como não tem internet sempre por lá, ela posta só de vez em quando. A maioria das fotos são sobre focas, que afinal é a pesquisa dela - essas são as menos interessantes, obviamente. Legais mesmo são os relatos da vida na base McMurdo, e as fotos dos landscapes brancos, os caras de casacão laranja-salvamento... essas coisas.

Deus não dá asa a cobra, e é por isso mesmo que não deixa eu ser rico: porque sabe que eu iria torrar tudo fazendo expedições. Kilimanjaro, Himalaia, Antártida... sonho de vida mesmo. Bem mais do que tirar brevê de piloto.

Uma amostra do blog é essa foto aqui, de um pingüim-imperador, com o Monte Erebus ao fundo. Tem fotos interessantes nos archives, é só dar uma procuradinha. Enjoy the trip!



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Dicas de música do dia: Pachuco, da Maldita Vecindad, Stay do U2, Beetlebum do Blur, Good fortune da PJ Harvey , e finalmente Mr. scarecrow, um raro dueto entre Herbert Vianna e Cássia Eller. Inclusive, me lembro como se fosse ontem da primeira vez que ouvi essa música. Tava com um pessoal do REL num barzinho na beira do lago, o Lua Nua, há uns dois ou três anos. Apesar de ser num dos lugares mais movimentados do Lago Sul (acho que é da altura da QL 12 ou 14, depois da península) o lugar era meio isolado, tinha um barco abandonado atracado, e um "matadouro" pros casaisinhos que não quisessem sair do carro. Tudo bem escuro, nem parecia Brasília. Me lembro que a Camila estava com o Pedro e começou a cantarolar a música quando ela tocou no som do lugar. Daí eu gostei, perguntei o título pra ela e baixei assim que cheguei em casa. O lugar parece que acabou, mas vou checar... alguém aí lembra desse barzinho?

Sobre Stay (Far away, so close), por algum motivo desconhecido essa música tem sido a trilha sonora dos meus pensamentos nos últimos dias. É uma música triste, meio velhinha (é do álbum "Zooropa", de 90 e poucos), mas muito massa. O clipe é simplesmente fantástico, gravado em Berlim, e tem a Natassja Kinski com asas de anjo. Tem também o Bono pulando do alto daquela estátua imensa que eu não sei o nome, e caindo no meio da avenida na mesma hora que a música diz "as an angel hits the ground". Vale a pena baixar.

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RAFA @ 15:29 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, novembro 17

O post da noite vai com agradecimentos a dois manos velhos de guerra. Primeiro pro Leandro, que me mandou um artigo excelente do Gilberto Dimenstein, nesse debate sobre maioridade penal que surgiu do caso Friedenbach-Caffé. Não botei o link aqui porque é da edição online "fechada" da Folha de SP e não ia funcionar, mas pra quem tiver UOL ou quiser pesquisar por outros meios, é da edição do último domingo - de anteontem, portanto. Posso mandar por e-mail se alguém quiser ler. Vale a pena, é muito massa. Aliás, pergunto-me se algum dia vou conseguir me expressar com 10% da clareza desse cara. Muito lúcido.

O outro agradecimento vai pro Paulo-san, velho companheiro de viagens musicais, com quem eu não conversava há uma data. Do alto de suas técnicas ninja ele me deu duas dicas, que de tão boas já repasso pra vocês: Take five, do Dave Brubeck, um jazzinho muito do fino (show de bola!), e o Ad-aware, programinha do kit do "internauta guerreiro" pra barrar e limpar esses spywares e worms comerciais que infernizam nossos PCs. O link tá aí do lado, na seção dedicada a tal.

Também queria mandar um beijo pra minha mãe, pro meu pai, pra minha tartaruga Amélia... flashback do Xou da Xuxa! Hahahahahah...

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Depois de uma merda dessas eu vou é dormir, antes que isso aqui seja interditado pela vigilância sanitária...

Como diria o adágio de um velho professor de física do Colégio Militar, que ele fazia questão de repetir após todas as aulas: "gente, até de repente... um abraço para os rapazes, um beijo para as moças. Juízo, e estudem!"

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RAFA @ 18:55 tic-tac-tic-tac

Galeria "ela tem a idade da sua mãe, mas e daí?"



Essa mulé é F-O-D-A. Gata, compõe e ainda bate um bolão na guitarra. Precisa mais? Tudo bem, ela já tá meio coroa, mas... so what? Convenhamos que ainda dá um bom caldo. E que caldo, hein companheiro!

Eu bem que achei ela meio esquisita no clipe desse último CD, Soak up the sun. Mas a julgar por esta foto de ontem - do American Music Awards - não tá nada mal.

Uma boa dica é esse CD aqui, "The Globe Sessions":



Uma combinação excelente de sonoridades folk com letras densas e leves. Recomendo fortemente. Mas se vc só está interessado em ver outros atributos, digamos, mais "palpáveis" da moça (heheheh... "moça" foi bondade minha...), baixa aí o clipe de All I wanna do e fica de boa.

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Comecei hoje a esboçar um artigo sobre maioridade penal. Em poucas palavras, sou contra a redução para os 16 anos, abordo aspectos psicológicos e jurídicos para resolver a questão da imputabilidade dos réus, considero a lei brasileira incoerente ao dar voto aos 16 anos e a capacidade civil aos 21 (hoje já 18, com o novo código), cito alguma coisa sobre outros países e proponho revisões ao Estatuto da Criança e do Adolescente e ao sistema disciplinar das instituições correcionais e prisionais.

Ainda estou meio cru nessa discussão (muito tempo sem estudar Direito Penal, sabe como é...) por isso agradeço se alguém quiser trocar uma idéia a respeito. É sempre bom ter as coisas claras na cabeça antes de escrever...

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RAFA @ 15:29 tic-tac-tic-tac

domingo, novembro 16

Estou meio sem assunto hoje, mas vamos lá. Dormir até meio-dia, ir para o churrasco do AMUN, e depois ficar pesquisando coisas na internet. É, a vida anda meio parada ultimamente mesmo...

Não gosto disso... parece que tudo estancou, sei lá. Sei que é meio freak isso, mas dá uma agonia pensar que, com o tempo, as coisas parecem que vão slowing down... antes tudo acontecia tão rápido!

Acho que estou precisando de viajar um pouco, conhecer gente nova. Talvez essa estória de formar não seja tão ruim assim after all. Whatever, em um mês estarei heading northeast, pra Recife. Essa nóia fica portanto arquivada até o ano que vem, quando eu voltar de férias.

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É engraçado notar também como aquelas pessoas que a gente acha interessante vão se tornando ainda mais interessantes à medida que a gente as conhece melhor. Sabe essa coisa, de "bater o santo"? Pois é, acho que existe mesmo. Às vezes a gente nem conhece direito a pessoa, mas só pelo jeito já sabe que é gente boa, que traz good vibes...

Abstrato isso, não? Momento metafísico do dia... devem ter sido os frozens que eu tomei lá no churras. Aliás, nem levei o chima hoje, fiquei com preguiça de fazer. Churras sem chima é heresia!

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Pra quem é do ramo...



The best choice.

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RAFA @ 17:07 tic-tac-tic-tac

sábado, novembro 15

É impressionante como essa aula de Ética e Direito na sexta à noite é boa. E olha que não é fácil arrancar uma declaração desta de mim. Aposto o quanto quiserem como nenhum de vocês, que lêem isso aqui, conhece ninguém que queira a formatura mais do que eu. E por mais que às vezes eu sinta que vou ficar um tempinho meio perdido depois do canudo, é fato que eu não tenho mais nenhum saco para assistir aula. Já cheguei ao limite da minha paciência no semestre passado. Mas essa aula é totalmente diferente... saio satisfeito dela, sério mesmo.

A Filosofia sempre foi uma paixão pra mim, e sempre gostei de discutir idéias em vez de só fenômenos. Mas é bom saber que é muito difícil estudá-la sem ter um objeto claro em mente, uma pergunta. Basicamente, é isso que essa matéria nos dá. O que é "certo e errado"? O que é a liberdade? O que é tratar desigualmente pessoas desiguais?

Recomendo fortemente. Aliás, recomendo qualquer coisa com esse cara, o Alexandre Araújo Costa. Está entre os Top 5 melhores professores que tive na UnB. Afinal, todo mundo já deveria saber que uma matéria pode ser interessante como for, mas se não tiver um cara bom à frente do negócio a coisa não progride.

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Dora Vergueiro. Que voz, que charme, que atitude...

Este ensaio da Trip não está lá grande coisa, já vi melhores com ela. Se quiser ver mesmo assim, tá aqui

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Sexta é dia de Shiva e Vênus. É dia de Oxalá também, mas não concordo muito com o arquétipo do candomblé.

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Mais um ataque a judeus, dessa vez as sinagogas na Turquia e uma escola judaica de Paris. Engraçado é que isso vem depois de quatro ex-cabeças da Shin Beth haverem dito que discordam da política do Sharon. Temo muito essa escalada do anti-semitismo embasada na política do Likud. Aliás, me arrisco dizer que, se formos tirar os ortodoxos e os judeus russos, pouca gente concorda com essa política absurda com relação aos árabes.

Hoje é sábado, sabbath. Peçamos paz. Shma Israel Elohai...

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RAFA @ 06:26 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, novembro 13

Noite ganha a de ontem. Fizemos uma sessão especial do Clube dos Cafajestes, com 100% de quorum dos titulares. E por mais que o nome sugira o contrário, o CC é um clube de moços muito bem comportados, todos virgens, a maioria até de pensamento. Não se enganem só por um nome, portanto. As discussões travadas são de caráter elevadíssimo.

Inclusive, ontem tivemos honra da companhia de duas meninas da psicologia, que estavam lá obviamente para prestar-nos um apoio. Tanta pureza de pensamentos pode alterar a saúde mental de qualquer um, não é mesmo? Para que não tenhamos nenhum membro de nosso quadro social sendo desviado de sua vocação por uma "zinha" qualquer, decidimos chamá-las.

Os demais detalhes da sessão são confidenciais, é claro. Esse clube é que nem maçonaria: quem sabe não pergunta, quem não sabe não adianta perguntar. Tenham MUITO medo!

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Hoje de dia eu conheci uma guria que eu já conhecia (de outros carnavais, com outras fantasias... salve Gessinger!). Nunca poderia imaginar o quanto essa menina era interessante, não fosse um total acaso do destino que nos fez trocar uma meia dúzia de palavras. É engraçado notar quantas estórias de vida interessantes escondem-se por trás dos rostos que compoem o nosso dia-a-dia. A gente vê esses mesmos rostos quase todo dia, sem a menor noção de como eles chegaram até aqui, o que os espera em casa, quais são suas manias... e quando a gente descobre uma coisinha que seja, parece que descobriu a América.

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Saiu hoje o resultado do TPS do IRBr. Não fiz dessa vez, tava sem grana pra fazer a inscrição, e achei que não ia valer a pena fazer por experiência de novo. Infelizmente, nessa passaram mais pregos do que gente legal. Uma pena. Mas fazer o que? Let's hope for the best...

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Sou amplamente a favor da reestruturação do conceito de "medidas sócio-educativas" e do estabelecimento dos trabalhos forçados como pena. Contudo, sou radicalmente contra a maioridade penal aos 16 anos e à pena de morte, tanto no ponto de vista moral como no prático. Aliás, disse e repito que o estabelecimento da pena de morte no Brasil, via emenda constitucional e com aprovação popular, seria talvez o único motivo que me faria renunciar à minha cidadania brasileira. É um imperativo moral e ético meu não ser cúmplice a esse tipo de barbárie. Castro Alves não me deixa sozinho nessa:

Existe um povo que a bandeira empresta
Para cobrir tanta infâmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto em batalha,
Do que servirdes a um povo de mortalha!

(retirado da última parte de Navio Negreiro)

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RAFA @ 15:13 tic-tac-tic-tac

terça-feira, novembro 11

Se a Valeria Mazza já é gata sem fazer força, imagina falando italiano...
Assim não dá.

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Passei a noite quase toda corrigindo erros aqui no PC. Resolvi uma porrada deles com uns patches, mas ainda não consigo fazer um defrag decente. Aliás, não consigo fazer defrag at all, o programa simplesmente não funciona. Any suggestions?

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Percebi esses dias que já gravei CDs para vários amigos meus, mas nunca gravei nada pro povo aqui de casa. Só pra esclarecer, gosto muito de gravar CDs pra dar de presente a amigos, é massa porque é algo bastante pessoal e pode demonstrar muita coisa sem cair em pieguices. Normalmente só gravo quando consigo juntar um bom punhado de músicas com a cara da pessoa, o que demanda algum tempo pra conhecer os gostos e pra bolar como surpreendê-la positivamente. Só que, curiosamente, descobri que isso fica bem mais difícil quando se conhece demais o presenteado. Por algum motivo cósmico, isso dificulta ao invés de ajudar.

Além dessa dificuldade "metodológica", some-se o fato que o gosto musical das pessoas aqui de casa é tudo menos sofisticado. Meu pai gosta de Roberta Miranda (que é a coisa # 2 que o faz perder o respeito comigo, logo atrás de curtir o Ratinho) e coisas afins, todas bem bregas, tipo Fágner. E meus irmãos... bem, o Felipe vai pela mesma linha do meu pai, só que com coisas mais novas, tipo a "musiquinha da loja de 1,99" do P.O. Box - que é o cúmulo do péssimo gosto, mas que é até engraçado de tão ruim que consegue ser. Já o Arthur tá até o talo dessas coisinhas new metal, tipo Linkin Park, que no fundo não passam de uns galeguinhos WASP com cara de backstreet boy querendo fazer um vocal de Sepultura. Não desce MESMO.

Acho que vou começar pela minha mãe. Ela não tem um gosto musical muito definido, então fica mais fácil. Um tempo atrás eu tirava mor onda com a cara dela, dizendo que ela só gostava de cantoras bolachas, tipo Cássia Eller e Adriana Calcanhoto... heheheheh... acho então que vou gravar umas coisas da KD Lang e da Melissa Etheridge, só pra ver o que ela diz. Pergunte-se de passagem, será que a Calcanhoto é bolacha mesmo? Não sei, mas tem uma música dela que é a cara da minha mãe. Aquela que diz "No dia em que fui mais feliz/eu vi um avião/se espelhar no teu olhar/depois sumir" e "escrevo longas cartas pra ninguém/e o inverno no Leblon é quase glacial". Tenho que descobrir o nome pra poder baixar. Google pra que te quero.

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RAFA @ 20:39 tic-tac-tic-tac

Pois é, minha gente... um mês de blog!
E eu, que achava que isso não ia longe... na verdade tô até gostando!

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Último dia de molho. Amanhã, de volta ao batente. About fuckin' time!

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Momento "spine chilling" do dia: ver a Andrea Echeverri do Aterciopelados, junto com Juanes e Charly Alberti (ex-Soda Stereo) cantarem Gimme the Power do Molotov na abertura do VMA Latin America.

Que se sienta el power latinoamericano
que se sienta, todos juntos como hermanos
porque somos más si jalamos más parejo
porque estas siguiendo a una bola de pendejos
que nos llevan por donde les conviene
y es nuestro sudor lo que nos mantiene
nos mantiene comiendo pan caliente
ese pan, ese pan de nuestra gente.

Na letra original era "mexicano" em vez de latinoamericano. Mas bem que podiam ter posto "gringo" no lugar de pendejos, ia ser divertido...

Aliás, o fato da festa ser em Miami é uma piada. E só de pensar que a MTV Brasil tem sua própria awards cerimony desde 95... é, independência cultural, meus caros!

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RAFA @ 11:31 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, novembro 10



Se não viu, vá ver.

Ahá! Agora eu sei postar imagens!

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RAFA @ 08:38 tic-tac-tic-tac

Adicionei aos links - e bem no topo, primeiríssimo - a minha grande "televisão de cachorro" na internet: o site do Lonely Planet. Eu conecto aqui e fico sonhando, de água na boca, que nem o cusco vendo o frango rodar...

Mochilar é uma das melhores coisas que já inventaram. Simplesmente porque é muito mais do que só viajar. Qualquer pessoa com dinheiro pode ir a Paris, ficar num baita hotel, comer só em restaurantes de padrão internacional, ver os pontos clássicos... e voltar pra casa sem muito mais do que normalmente se vê na TV.

Mochilar é bem diferente disso. Se ficar sem grana na sua própria cidade já complicado, imagina viajando... e, engraçado ou não, é justamente essa limitação de meios que dá toda a graça da coisa. Podem ter certeza que não sou nada masoquista, e adoro um pouco mais de conforto. Mas o fato é que a falta de dinheiro força o mochileiro a se adaptar ao meio, a mesclar-se com os nativos, nem que seja pra comer aquilo que um lugar tem de mais típico (e normalmente mais barato também), ou bater perna atrás daquele esquema de albergue... isso é o melhor de tudo.

Numa viagem de mochila, as pessoas que vc conhece não estão ali pra te prestar um serviço e ganhar dinheiro. Elas são parceiras, querem ensinar e aprender, querem colaborar. Não tem ninguém pra subir suas malas para o quarto (até porque tá tudo nas costas), e normalmente não se sabe onde se fará a próxima refeição. E, em vez de pagar quatro dólares em um café no Deux Magots com um bando de turistas, vc pode descobrir onde a turma da Universidade de Paris faz o lunchbreak no Quartier Latin, por uma fração do preço. De quebra, vc ainda conhece uma americana estúpida que confunde a Sacre-Coeur de Montmartre com o Taj Mahal (!!!), e uma uruguaia gatíssima para as aventuras noturnas... mochilar é simplesmente do caralho!!! É muito mais do que conhecer gente e saber dos esquemas locais: é levar um pouco daquele lugar dentro de você, pra sempre.

Assim que formar vou voltar para o esquema, mas desta vez bem mais armado. Vou comprar a melhor máquina fotográfica que conseguir, e fazer um curso antes de ir. Quero manjar dessas coisas de abertura, lentes, a parte técnica da fotografia, pra poder mandar bem. Um péssimo hábito que herdei dos meus pais é o de nunca tirar fotos de nada, há lugares e acontecimentos hiper-importantes que não tenho uma foto sequer. Por exemplo, não tenho nenhuma foto de Amsterdam (a bem da verdade não tenho nem o carimbo de entrada no passaporte, mas isso é oooutra estória...), e tenho pouquíssimas fotos dos modelos que fui. I regret that, a lot. Mas sei que o melhor de tudo ficou comigo, em algum canto empoeirado da memória... e que tá louco pra ganhar um sopro de ar fresco.

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RAFA @ 07:38 tic-tac-tic-tac

domingo, novembro 9

Isso é que dá não poder sair de casa...

Estou mudando umas coisas aqui no layout, acho que tá ficando bem massa... um conceito meio noturno...

Mas o que eu mais gostei foi o relógio. Casou muito bem com a idéia deste blog, que é registrar a passagem do tempo.

E vocês, o que acharam?

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Um desafio para vocês: alguém aí sabe que relógio é este?

Promoção "O Relógio do Raridades"! Acerte e concorra a um chiclete na Mara inteiramente grátis! Hahahahahahahahah

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RAFA @ 11:53 tic-tac-tic-tac

Serviço de Utilidade Pública Raridades.

A Playboy tá cara, né? Pois é...

Só não entendi o porque do apelido bizarro da "fraquinha"... será porque é uma planta trepadeira?

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Tem coisas (bum!) que só o Rafa faz para vc. (não precisa dizer nada, eu sei, eu sei... de nada!)

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RAFA @ 10:07 tic-tac-tic-tac

sexta-feira, novembro 7

Pra fechar a noite:

"Pois sempre houve espinhos nas rosas de qualquer jardim
e se há calor no ninho, há pedras no caminho
e ainda sim é belo... yeah!"

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RAFA @ 18:50 tic-tac-tic-tac

Para os freaks por música que páram por aqui de vez em quando, aqui vai um presentão: adicionei aos links as páginas Rocklist e All critics. Dá pra brincar um tempão!

Estou me divertindo com as listinhas de top songs das revistas NME, Mojo, Q e Rolling Stone. Tem tudo!

Uma coisa é certa: quanto mais eu leio e me informo a respeito, mais eu me sinto um completo ignorante em matéria de música. Aliás, isso deve ser pra tudo, mas é que agora eu tô meio chocado com esses sites. Tem uma porrada de discos, de artistas hiper-importantes, que eu nunca nem ouvi falar! O pior é que tem coisa que eles listam como das mais importantes de todos os tempos... é quase como sentir na costas de uma só vez todo o peso do grande ensinamento de Sócrates: "tudo o que sei é que nada sei"...

Putz, tô vendo que esse tempo de molho em casa vai ser uma puta viagem musical. Agora mesmo tô baixando coisas do "Exile on Main Street" dos Rolling Stones, "Automatic for the people" do R.E.M. e "the Rise and Fall of Ziggy Stardust" do David Bowie. Já conhecia esses álbums, mas não o suficiente para dizer que "conheço", tipo quando a gente diz que já leu um livro, entende?

Agora dá licença que eu vou continuar minha viagem aqui. Acabei de encontrar um top 31 feito pelo Nick Hornby, um dos meus autores favoritos (quem aí já viu Alta Fidelidade?), Só pra matar a curiosidade, as três primeiras dele são I'm Like a Bird da Nelly Furtado, Your Love is the Place That I Come From do Teenage Fanclub e, encabeçando a lista, Thunder Road do Bruce Springsteen. Perfecto!

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RAFA @ 18:34 tic-tac-tic-tac

Never fear, Raf's here.

Galera, estou vivo, pelo menos por enquanto. Finalmente desencravei as danadas, hoje de manhãzinha. Não tiraram a unha inteira não, foi coisa de um terço de cada - o terço que tava pra dentro, antes que alguém pergunte. Não vou dar os detalhes macabros da coisa, até porque não quero que ninguém faça cara feia lendo isso aqui, ou mesmo passe mal. Tudo o que eu posso dizer é que dói. MUITO. Bem mais do que eu imaginava. Não sei se mais que depilação com cera, picada de marimbondo ou parto. Mas dói pra caralho, pode acreditar. Agudo, mas não como alfinete. Tá mais pra chave-de-fenda. Óbvio... se cauterizaram a raiz da unha pra nunca mais nascer, eu queria bem que fizesse cosquinha, né?

A manha pra não doer é ficar parado, sem mexer muito. Acabei de passar quase 8 horas seguidas vendo TV, algo inédito em toda a minha vida, de pé pra cima no sofá. God bless the cable, a MTV e o People & Arts. Se fosse TV aberta já teria pulado pela janela.

Caminhar nem a pau, por mais que não incomode no durante, depois fica um latejamento insuportável. Minha mãe até que me deu uma paparicada, trouxe uns sanduíches de salame e o ovomaltine que eu adoro. Já meus irmãos, como era de se esperar, só querem ver o oco de mim. Estão quase tão prestativos quanto as secretárias da UnB de mau humor. O Arthur então, nem se fala.

As próximas 24 horas vão ser bem paradas. Três dias de pé pra cima em casa, mais duas semanas sem usar sapato fechado. Já imaginaram eu indo trabalhar de terno e chinelo? Mas não é por isso que a gente deixa de get wasted. O Dan-Dan tá combinando pra esse findi ainda um pôquer com cachaça na casa de alguém. Quem quiser, drop us a line.

Tô aproveitando pra botar as leituras em dia, e escrever. Acho que vou dar uma mexidinha no template do blog também, eu vivo reclamando que não tenho tempo pra aprender HTML...

Ei, ninguém vai me fazer uma visitinha não? Aproveita e traz umas comidinhas, que essa estória de ficar mofando em casa sem fazer nada dá uma fome...

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RAFA @ 13:55 tic-tac-tic-tac

quinta-feira, novembro 6

"La fiesta es buena cuando las chicas son malas"
Totalmente de acordo.

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Completamos 200 visitas em duas semanas de counter... será que isso é bom?
Whatever...

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"Ei, caiu um Black Kamen Rider na minha Coca!"
Essa turma de exatas é uma comédia mesmo.

Interessante... tenho a impressão que o clima entre o macharal é muito melhor nesses cursos que têm pouca mulher, tipo Civil ou Elétrica. Será a ausência do pomo da discórdia?

O fato é que o pessoal do REL sempre foi muito sério, muito profissional. Comparativamente, é um ótimo lugar para ter co-workers, mas não tanto para ter amigos. À primeira vista, parece que ninguém fala merda, ninguém fica bêbado, ninguém nem conta piada direito. A turma é muito comportada. Em viagem pra modelo, entra no ônibus e vai direto dormir, em vez de chapar o melão de tomar cana.

Tô com o Pablito nessa. Com certeza contrataria alguém de REL para trabalhar para mim. Mas provavelmente não seria o tipo de pessoa que iria tomar um chopinho comigo no fim do dia.

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A propósito, a frase lá de cima é da propaganda de Bacardi. O de limão é perfeito pra tomar com açúcar limão e gelo, igual caipirinha. Tem alguns que julgam heresia fazer caipirinha com rum, ainda mais aromatizado. Mas se tem gente que considera heresia fazer qualquer mistura com pinga...

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Falando em pinga, ouvi essa do Pato Fu hoje na rua, por acaso. Uma das melhores bandas do Brasil, sem dúvida. O defeito deles é serem mineiros, claro. Ninguém é perfeito. "Televisão de cachorro" é um baita disco, meio popzinho mas com muita personalidade.
Uma vez fui num show deles lá em Santo Ângelo. Pode ter certeza que eles devem ter rodado MUITO antes de ir parar por lá.

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Depois de ter falado a vida toda que nunca *jamais* iria estudar nos states, baixei o formulário de bolsa em Stanford.

As chances são mínimas... mas como dizem lá na fronteira, a "tenteada" é livre.

Hora de rever seus conceitos, pal...

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A lição que eu tirei do ano passado foi: nunca se imponha metas que você não tem certeza que tem os meios para cumprir.

A lição deste ano: nunca estabeleça metas.

At all.

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RAFA @ 20:07 tic-tac-tic-tac

Amanhã é o grande dia!

Não contei para vcs, mas amanhã serei a estrela principal de um circo de horrores. Vou fazer uma "pequena cirurgia" para extrair as minhas unhas encravadas. Lembram delas? Pois sim. Depois de amanhã, não haverá mais unhas para encravar. E acreditem ou não, a extração será permanente no cantinho. Nunca mais vai nascer nada lá. Divertido né?

Só tem um probleminha: vou passar 3 dias em casa de molho, a sexta e o findi todo. Não irei na festa da FA, portanto. Pior é que já faz uma semana que eu sei da data da coisa, mas só ontem me toquei que ela vai chocar com a festa.

Mas nem se eu quisesse. Para que a anestesia funcione, é preciso tirar todo o inchaço. Todo mesmo, disse a doutora parrudona. Pois desde o começo da semana tomo um antibiótico e um anti-inflamatório cavalal 3 vezes ao dia. O antibiótico tem um efeito colateral desagradabilíssimo, deixa a boca ácida. Tô com os lábios inchadaços, parecendo a Pamela Anderson depois que botou silicone na boca. Mesmo que eu fosse na festa da FA, sem chances de beijar alguém nessas condições.

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Agora dá licença que eu vou encontrar meu advogado. We're gonna beat the crap out of the UnB's attorneys, pode crer.

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RAFA @ 04:09 tic-tac-tic-tac

quarta-feira, novembro 5

No outro dia falamos sobre o pior da mídia televisiva. Falemos da mídia impressa agora.

E a "Framboesa de Ouro" da imprensa vai para... Diogo Mainardi, da Veja! Aliás, esse cara podia ganhar também o prêmio de cara mais prego do Brasil, sem sacanagem. Sabe aquele estereótipo preconceituoso e negativo que tem sobre os jornalistas, aqueles caras que escrevem sem ter a mínima idéia do que estão falando e ainda posam com aquela atitude de dono da razão? Pois é.. o próprio. Sempre leio a coluna dele, só pra saber qual será a besteira-alvo da vez. Além de não ter nenhuma humildade, o cara é simplesmente um lixo!

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Muito antes do Mr. Mainardi começar na Veja, lá em Santo Ângelo, tinha uma duplinha na mesma linha que era de arrasar quarteirão. O Orestes de Andrade era um recém-formado que escrevia no Jornal das Missões e no jornal que eu tinha uma coluna semanal, O Mensageiro. Minha coluna chamava-se Espaço Internacional, e saía toda quarta-feira com um resumo das notícias do exterior e meus comentários a respeito, um protótipo de análise de conjuntura internacional feita com toda a autoridade que meus 18 anos me davam no assunto. E olha que nessa época eu nem sabia que o REL existia! Profético, não?

Pois era só sair minha coluna que no outro dia o Orestes caía batendo. Fui o assunto dele durante uns 3 ou 4 meses. O cara não tinha assunto, então resumia-se a falar mal de mim. No começo até ficava puto e reagia, mas depois de umas conversas com meu pai (que, registre-se, odiava o fato de eu escrever para um jornal) comecei a deixar passar. Registre-se também que não era um choque apenas ideológico - eu era bem mais liberal do que sou hoje, e o Orestes era da ala mais radical do PDT - mas também de princípios. Além de mais velho, o cara era jornalista profissional, formado e exercendo. Conhecia as redações dos jornais, e usava isso contra mim. Repare bem: contra MIM, não contra as idéias ou sobre o conteúdo das minhas matérias. Cada semana que passava eu ficava sabendo de uma estória mais escabrosa sobre a minha pessoa, circulando numa cidadezinha de pouco mais de 60 mil.

O "Robin" da parada conseguia ser ainda mais prego. Renato Lauermann era um dentista, tinha sido do Exército e adorava falar mal dos milicos. O bicho sabia me provocar. Aliás, era só o que ele fazia, além de ser intransigentemente marxista. Ficava só imaginando como deveria ser o consultório dele, cheia de bandeiras vermelhas e com um busto do Che na entrada. Como o diretor da redação era também vermelho como um pimentão, publicava as críticas dele na coluna "do leitor" toda santa semana, só pra ver o circo pegar fogo. No início nem desconfiava, achava que era porque ninguém escrevia pro jornal mesmo. Quando percebi, saí do jornal. Pouco tempo depois o diretor do jornal, que não lembro mais o nome, faleceu.

O pior era que eu achava a filha do Lauermann a mor gata. Ela estudava no curso de inglês que eu dava aula, e depois passou a ser monitora lá, dando aula também. Era um show à parte. O foda foi quando ouvi de uma das minhas melhores amigas que ela tinha achado o Orestes "um guri tri-inteligente" e que tava a fim de ficar com ele. Deu raiva, e muita. Fala sério, o cara fazia propaganda do chopp da Schincariol. Boa gente não podia ser, definitivamente.

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Um dos pontos da palestra do Roberto Dualibi ontem foi isso mesmo, ética no jornalismo e em comunicação social. Pra se ter uma idéia do calibre da figura, o cara é o "D" da DPZ, uma das maiores agências de publicidade do Brasil. Ele falou muito sobre auto-regulamentação, que tem muito a ver com o conceito de regra não-escrita que a ética moderna prega. Fiquei com isso na cabeça.

É claro que a reação contra o caluniador tem que ser imediata e judicial. Infelizmente, na maioria das vezes a calúnia vai na manchete da primeira página em negrito, enquanto a retratação vem lá no meio, escondida e em letrinha miúda. Mas tenha certeza que quem calunia cava um pouco de sua própria cova a cada dia. Um dia ele próprio acaba por se enterrar. Buda já dizia que o mal volta a seu agente três vezes mais forte. "Moral dos fracos"? Talvez. Mas talvez seja só sabedoria mesmo.

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RAFA @ 13:18 tic-tac-tic-tac

terça-feira, novembro 4

Dia normal. Noite densa.
O vento está mudando, mas não dá pra saber em que direção. Velas em espera.

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Pensamentos do velho Rafa, capítulo XXI, versículo 3: If the past comes back to haunt you, give it a big "fuck off"!

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Palestra com o Dualibi, da DPZ. Muito boa. Um tapa nas idéias de muita gente lá no ministério, pode ter certeza. De quebra, me deu uma porção de boas idéias.

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Dia ao som de Charmless man do Blur, Dois rios do Skank, e Mississipi, versão da Sheryl Crow para o clássico de Bob Dylan.

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Ontem vi de novo o clássico Garotas Selvagens. A cena do beijo entre a Neve Campbell e Denise Richards é de mexer com a imaginação de qualquer pessoa, homem ou mulher. Inclusive acho que, motivado pelo filme, tive um sonho no mínimo bem estranho...

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Pergunta filosófica: é possível começar a ver uma pessoa amiga de muito tempo com "outros olhos" assim do nada? Ou será que sempre vemos a todos com esses "olhos", e as situações são as que despertam nossos instintos? Very difficult indeed.

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Pra mim, bater papo é um prazer. Sou um cara conversador, definitivamente.

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Inveja inveja invejaaaaaaa

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O vento está mudando, e é preciso escolher logo a melhor vela para aproveitá-lo, seja qual for sua nova direção e intensidade.

Ainda não sei se quero mar calmo ou ventos fortes. Mas sei que nessas horas, é o instinto que resolve a questão. Então, sem encanação. Whatsoever.

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RAFA @ 18:02 tic-tac-tic-tac

Por acaso eu mencionei que eu tomei um puta "banzai" esse findi? Pois é, I did.
Nem me abalei, fui direto tomar uma cerveja com o Clube dos Cafajestes. Muié até que é bão, mas seus amigos, eles sim, nunca te deixam na mão. Viu, até virou versinho, e sem querer. Quando ficar velho vou ser que nem o Millôr!

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Noite passada gravei um CD só com músicas deprês. Nada a ver com meu estado de espírito, apenas quis compilá-las em uma grande sessão de 80 minutos de auto-flagelação. Como sempre nomeio meus CDs pelo nome da primeira música, coube ao Travis a honra, com Why does it always rain on me, seguido por Creep do Radiohead, Wild wood do Paul Weller, Wicked game do Chris Isaak, tendo ainda Coldplay, Lighthouse Family, Moby...

Se alguém aí tiver na pilha de tomar umas chicotadas, é só falar comigo. Tenho umas ótimas aqui pra dor de cotovelo. A maioria em espanhol, é claro. Quer língua melhor pra música de corno? hahahahah

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RAFA @ 03:01 tic-tac-tic-tac

Aaaahhhh!!!
Parece que desta vez é sério: meu blog foi invadido por alienígenas!
Alguém aí chama os homens de preto, por favor?
RAFA @ 02:32 tic-tac-tic-tac

segunda-feira, novembro 3

Tive um pesadelo hoje à noite. Um bem forte, diga-se de passagem... tanto que não consegui dormir depois. Devo ter dormido só umas 2 ou 3 horas no total. Passei a madrugada vendo reprises no Sony e noticiários da BBC.

Passei o dia num caco só, fisicamente falando. Surpreendentemente, isso não afetou o meu humor. Até consegui organizar as idéias para outro ensaio que escreverei, dessa vez sobre reforma política. Meu nome é "trabalho", sobrenome "hora-extra".

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A trilha sonora do dia foi colombiana. Juanes, com La paga, Fijate bien, Mala gente e A dios le pido, e Aterciopelados, com El album e Baracunata. Aliás, gosto muito do Juanes. Um som excelente.

Tem gente que me pergunta porque gosto tanto de músicas em espanhol. Acho que algumas pessoas acham isso estranho, têm preconceito, sei lá. Mal sabem elas que a produção musical em espanhol é infinitamente maior e mais diversa do que em português. De Tijuana a Ushuaia, são tantos países e culturas diferentes, e só uma língua. E sim, nós brasileiros fazemos parte disso, muito mais do que nós possamos calcular. A afinidade é total, afinal mais da metade da América do Sul fala o português como primeira língua. E ainda me surpreende o fato do inglês ser a língua estrangeira mais falada no Brasil...

Demos as costas para a América Latina por muito tempo. Temos que perceber de uma vez por todas que o fato de falarmos português não nos faz menos latino-americanos. Esse preconceito, transplantado dos gringos, é francamente ridículo. Temos que nos inserir de corpo e alma. Assim como ser brasileiro, ser latino-americano também é ótimo. No fim, é a mesma coisa.

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RAFA @ 15:14 tic-tac-tic-tac

domingo, novembro 2

Uns tempos atrás tentei escrever um ensaio sobre a Argentina. Nele, tentava desenvolver minha visão sobre o caráter nacional, o "jeitinho porteño", essa coisa de ser "potência insatisfeita" como qualificaria o Polanyi, sobre Maradona, enfim, tentando conectar muitos pensamentos totalmente desconexos. Deu vontade de terminá-lo, mas é tanta coisa pra fazer que vai ter de ficar pra depois. De qualquer forma, fica registrado aqui. Qualquer dia desses eu lembro de acabar, olhando nos postings antigos.

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Se o assunto é "funções acessórias" deste blog... ia até apagar aquele posting que eu escrevi embriagado. Fiquei meio encabulado de ter sido tão poético... mas não vou apagar não. Se a idéia é registrar, vou registrar tudo, mesmo que depois isso seja usado contra mim no tribunal. Memória eletrônica é isso aí, e bêbados são meio sentimentais mesmo. Sem auto-censura neste blog.

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RAFA @ 09:41 tic-tac-tic-tac

Domingão... deveria estar lendo agora, mas estou completamente sem saco. Mañana, mañana...

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Com toda a certeza, a Turma do Didi é o pior programa da TV brasileira hoje em dia. Já viram? É simplesmente o fim. Não só porque é um pastelão mal-feito, como também pela dose absurda de preconceitos baratos. Não escapa ninguém: gays, nordestinos, mulheres, negros... se era pra ser humor picaresco, errou o alvo, e feio! Agora me digam como um cara desses se diz embaixador da Unicef? Nota zero. Aliás, até desisti de pôr o nome dele em negrito, como faço com todas as citações neste blog. Simplesmente não merece.

Engraçado, porque quase no mesmo horário, passa na Band um dos melhores programas atualmente, uma guria que viaja o Brasil fazendo matérias com o patrocínio de uma companhia de celulares. Hoje ela estava em Recife, fazendo matérias na oficina do Brennand, no Forte Orange em Itamaracá, com os xilogravuristas de Bezerros... putz, que saudade que eu tenho de lá!

Minha ida pra lá está marcada para o dia 19 de dezembro, e devo passar umas boas três semanas lá, maybe more. A última vez que fui pra lá foi no Carnaval de 2002, uma viagem meio conturbada eu diria. Mas dessa vez vai ser bem diferente, tenho certeza.

Saudade da brisa salgadinha soprando sem parar, de comer peixe e frutos do mar todo dia, de dormir na rede, comer jambo e tomar água de coco como se fossem coisas banais... saudades da "raça", da batida de maracatu, de falar com sotaque... muitas coisas.

Por mais que tenha me criado por outras bandas do Brasil, tenho por Pernambuco um carinho muito especial. Como diria aquela canção da Soledad, "nunca me he olvidado de donde salí". Acho que sempre me senti um pernambucano no exílio, e um estrangeiro quando voltava. Mas só por uns dias mesmo, porque logo o sotaque e os regionalismos voltam, e eu me adapto.

Não esqueço de um momento, pouco antes de voltar pra casa em 2002. Estava sozinho no Alto da Sé, em Olinda, olhando a vista e sentindo a brisa do mar. Lembrei da música do La Renga, Lo fragil de la locura. Suddenly, it all connected:

la sangre se inquietaba en mis venas, y aquel verano al norte partí,
para olvidarme de mi rutina, y sentirme liberado al fin
ver la tierra bañada de sol, respirar el aire de las alturas
llenar el cuenco de mis ojos, con lo más frágil de la locura

é claro que tudo tinha a ver com o momento que eu estava passando. Estou curiso para saber como será agora. Quero que seja o bicho!

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RAFA @ 09:25 tic-tac-tic-tac